Rui Borges: «Olho para o Paços de Ferreira como uma equipa de Liga»
Treinador do emblema minhoto quer realizar um percurso longo e bem-sucedido na prova rainha. (Foto: Estela Silva/LUSA)

Rui Borges: «Olho para o Paços de Ferreira como uma equipa de Liga»

Treinador do Vitória de Guimarães deixa o alerta para a deslocação à Mata Real, onde, amanhã, os conquistadores defrontam os castores em partida da 3.ª eliminatória da Taça de Portugal; mexidas no onze poderão haver... como em qualquer outro jogo, assume o técnico

O Vitória de Guimarães não espera ponta de facilidade no encontro com o Paços de Ferreira, referente à 3.ª eliminatória da Taça de Portugal e que está agendado para as 16.15 horas deste sábado, no Estádio Capital do Móvel.

A mensagem ficou bem clara durante a conferência de Imprensa de Rui Borges, realizada ao início da tarde de hoje, e na qual o treinador dos conquistadores deixou bem patente o respeito pelos castores, não se coibindo, porém, de dar conta dos sonhos que a sua equipa tem nesta prova rainha do futebol nacional.

«É um jogo sem margem de erro. Almejamos chegar longe na Taça de Portugal, até pela história do clube, mas sabemos que qualquer jogo nesta competição é complicado. Já estive do outro lado, em divisões inferiores, tanto como jogador como treinador, e sei bem a forma com que são encarados estes jogos, a ambição e a vontade de vencer equipas superiores, de Liga. A motivação é para lá do normal e, por isso, sei bem da dificuldade que iremos ter diante do Paços de Ferreira. O grupo quer é jogar, quer dar uma resposta e nesta competição queremos chegar o mais longe possível. E chegar o mais longe possível é chegar lá à frente. Os jogadores estão motivados e concentrados. O rigor tem de aumentar, percebendo bem que nos minutos finais do último jogo em nossa casa, para o Campeonato, não fomos tão rigorosos e isso saiu-nos caro. Não queremos que isso volte a acontecer e, por isso, a malta está motivada e concentrada, sabendo da exigência, não só do jogo com o Paços, mas também a sequência das próximas quatro semanas. Toda a gente tem de estar ligada, preparados para jogar e para não jogar, porque todos são precisos. O grupo mantém o empenho e o compromisso, não baixámos, e a malta quer é ganhar», assinalou.

E além do historial do emblema pacense, Rui Borges recordou ainda o crescimento que o conjunto orientado por Ricardo Silva tem tido nos últimos tempos. Ora, a conjunção de vários fatores serve para o reforço dos alertas do treinador dos vitorianos: «O Paços vem de duas vitórias nos últimos dois jogos, subiram um pouco mais na tabela classificativa e estarão com mais confiança. É uma equipa com um misto de dois ou três jogadores mais experientes com outra malta mais jovem, que está à espera de oportunidades na Liga e que está a mostrar-se num campeonato competitivo como é a Liga 2. O Paços é uma equipa que está em crescendo por essa maturidade que vai alcançando com o passar do tempo, tem boas dinâmicas e um treinador que já está no projeto há dois anos e cuja equipa técnica é quase toda ela vitoriana. Espero um Paços difícil, motivado e com o fator de jogar perante os seus adeptos. Olho para o Paços como uma equipa de Liga e não de Liga 2. Se não estivermos preparados para eles vamos passar por dissabores e não queremos isso, já chega os que temos passado. Queremos seguir em frente na Taça, é esse o nosso objetivo.»

Os jogos de Taça de Portugal são, muitas vezes, aproveitados pelos treinadores para darem minutos a jogadores que, até aí, têm sido menos utilizados, mas Rui Borges não alinha por esse diapasão. E explica porquê. Não só porque as oportunidades podem surgir em qualquer altura, mas também por a gestão do plantel é feita a pensar no presente e no futuro. Até porque nas próximas três semanas o Vitória vai realizar... sete jogos - Paços de Ferreira (Taça de Portugal), Djurgarden e Mlada Boleslav (Liga Conferência), Estrela da Amadora, Moreirense e Santa Clara (Liga) e SC Braga (Taça da Liga). De hoje até ao próximo dia 10 de novembro... vai ser sempre a andar.

«Eu olho para os jogos de Taça de forma perfeitamente normal, para mim são jogos exatamente iguais aos do Campeonato. Oportunidades? As oportunidades podem ser dadas em qualquer jogo e não apenas nos da Taça. Um jogador tem de estar sempre preparado para jogar ou para não jogar, a oportunidade surge a qualquer momento. Vamos ter aqui uma série de jogos uns em cima dos outros e há margem para toda a gente jogar, não tenho dúvidas disso. A rotatividade que tivemos lá atrás também vamos ter de a promover agora. Os jogadores são seres humanos, não são máquinas. Mas é isso que nós queremos, é estarmos inseridos nas competições todas. Vamos ter Taça de Portugal, Taça da Liga, Liga Conferência, Liga e o grupo está ciente da exigência e todos vão ser precisos», concluiu.