«Que os emigrantes possam voltar aos empregos orgulhosos, segunda-feira»

Seleção «Que os emigrantes possam voltar aos empregos orgulhosos, segunda-feira»

NACIONAL25.03.202319:03

O selecionador nacional, Roberto Martínez, está bem ciente da importância de que se reveste, para mais num jogo num País em que metade da população é ou tem ascendência na emigração portuguesa, do significado que tem, para os nossos compatriotas que ganham a vida no exterior, das vitórias de Portugal em jogos oficiais internacionais, como será o caso do encontro de domingo (19.45 horas de Portugal continental), no Luxemburgo, jogo da 2.ª jornada do Grupo J de qualificação para o Europeu da Alemanha-2025, como o treinador da equipa das quinas vincou, na conferência de imprensa realizada na tarde deste sábado.

Questionado sobre o entusiasmo em torno do regresso de Cristiano Ronaldo aos golos e ao seu melhor nível, como se viu diante do Liechtenstein (bisou, no 4-0, na quinta-feira) e do entusiasmo sempre criado pelos emigrantes, sorriu à expetativa de uma vitória, mas centrou-se no que controla: o trabalho diário do grupo que comanda, a Seleção.

«Não podemos controlar o que se passa fora do balneário. O trabalho tem sido muito bom, os jogadores têm tido uma atitude muito comprometida. Surpreendeu-me a qualidade humana, a intensidade. Só conhecia a qualidade de jogadores. Foi uma grata surpresa. Oxalá que os nossos adeptos fiquem orgulhosos de nós. Vieram para cá com imensa expetativa, oxalá os possamos deixar orgulhosos para quando voltarem aos seus empregos, na segunda-feira, não só os portugueses que vieram do País, mas os muitos emigrantes que cá vierem», afirmou o técnico espanhol, de 49 anos.

E sobre ter prescindido de um dia de treino no campo, no intervalo (curto) de três dias desde o jogo  com o Liechtnstein, na quinta-feira, alegou precisamente o argumento da preservação da parte física para fundamentar a decisão.

«É tão curto o período entre os dois jogos… hoje em dia, na alta competição, há jogadores que, no dia seguinte a um jogo, nem sequer pisam o relvado. Importante, após o Liechtenstein, era o apoio dos médicos e fisioterapeutas. A exigência e a falta de dias levou-me à dispensa de um dos treinos no relvado», admitiu Roberto Martínez.

E quanto à preparação específica para o duelo com o Luxemburgo só ter começado após Alvalade (e os 4-0 ao Liechtenstein, na quinta-feira), Martínez negou-o e esclareceu que pensou nos dois rivais de Portugal «desde segunda-feira, o primeiro dia de trabalho do grupo, junto»

«A experiência ensinou-me que há que preparar os dois jogos desde o primeiro dia que estivemos juntos. Além disso, só tínhamos um dia de trabalho de campo antes de vir para o Luxemburgo: uma dificuldade, atualmente. É difícil estabelecer qual a melhor forma de preparar estes jogos, quando a um jogo logo se sucede outro, é difícil preparar estes encontros, como é o caso», reconheceu o técnico, generoso nos elogios de Portugal à imprensa estrangeira, que não o poupou na conferência de imprensa.

«A qualidade desta equipa [Portugal] é excecional. É uma caminhada que temos de percorrer juntos. É mais fácil crescer quando ganhamos jogos. Não classificamos jogos antes das provas. Respeito a equipa do Luxemburgo e o trabalho que tem sido feito por esta federação, a estrutura, a mentalidade. Eles jogam como um clube, e não como uma seleção. Têm crescido, há muita continuidade, é uma equipa muito competitiva e não damos como certa a vitória. Temos de respeitá-los», repisou Roberto Martínez.