SC Braga «Passos seguros e sustentáveis para sermos candidatos ao título»
O treinador do SC Braga, Artur Jorge, vincou na noite deste sábado, na sala de imprensa do Estádio da Luz, em Lisboa, onde a equipa que orienta foi derrotada (0-1) pelo Benfica em encontro da 31.ª jornada da Liga, que não irá desviar-se do caminho e e da estratégia para consolidar o clube minhoto nos três primeiros da classificação e para que um dia possa, de forma sólida e estrutural, ser encarado como candidato à conquista do título nacional, e não apenas de forma conjuntural ou pontual.
«Do plano traçado para este jogo, só faltou eficácia e marcarmos golos! A estratégia que trazíamos, os jogadores executaram na perfeição, mas acabámos por não levar pontos daqui. A ausência do Al Musrati nada mudou. Foi uma decisão coletiva, não em função de um ou outro jogador, pensámos que seria este o caminho para levar daqui a vitória. É importante a ausência dele, mas não determinante para aquilo que foi o resultado. Todos os jogadores fizeram aquilo que pedimos, nada a apontar a cada um deles», vincou Artur Jorge, no diálogo com os jornalistas após o embate, na sala de imprensa da Luz.
«A nossa luta continua, pois temos mais três finais pela frente. Queremos ganhar já na próxima jornada ao Santa Clara, e depois os outros dois jogos na Liga e a final da Taça de Portugal. É um resultado que não queríamos, apenas e só um jogo. Temos tido uma campanha bastante boa, e queremos mais, e isso passa por vencer os jogos que faltam no campeonato», sublinhou o treinador de 51 anos, contente com a exibição dos seus jogadores, mas não com o resultado, que afasta o SC Braga praticamente – mas não matematicamente, ainda – das contas da luta pelo título nacional.
«Nunca disse que estávamos a lutar pelo título! Nunca ouviram isso de mim esta época! O que pedi aos jogadores e adeptos, é mais: quero sempre mais! Sabíamos que não dependíamos de nós próprios. Este resultado aumenta a distância para o primeiro classificado, mas teremos de ter o equilíbrio necessário para dizer que queremos garantir o ‘top 3’: é essa a ambição, é essa a meta que temos desde o início da temporada. Não deixa de ser, para nós, um resultado que não queríamos, esta derrota, mas que em nada belisca a campanha que temos feito esta temporada», foi o ‘grito do Ipiranga’ de Artur Jorge aos que levantaram a fasquia e as expetativas.
«A nossa campanha, esta temporada, tem sido muito boa. Não podemos olhar para um só jogo, mas antes por tudo o que temos feito até agora. Sermos candidatos ao título mais assumidos? Vós próprios [órgãos de comunicação social] nos colocam nessa posição porque a nossa campanha assim o justifica! Vamos lá ver: eu quero que o SC Braga seja campeão, um dia! Mas a verdade é que, a quatro jornadas do fim, tínhamos dois rivais adiante de nós», lembrou.
«Há que ter contenção nas expetativas. Será sempre mais fácil controlá-las, sabendo o caminho que temos e procuramos. E isso é muito bom. Poderemos ser segundo ou terceiros classificados, mas isso não vai nunca tirar mérito ao que fizemos até agora. E não nos podem obrigar a dizer que somos candidatos ou que perdemos o título. Queremos fechar e consolidar esse terceiro lugar, para, depois, tentarmos chegar mais à frente», vincou Artur Jorge.
«Esta campanha, esta temporada, tem tido resultados que ultrapassam tudo aquilo que eram as campanhas do SC Braga. E isso é mérito de toda a gente, adeptos incluídos. Essa ambição dos adeptos, que estiveram a apoiar a equipa: é com eles que contamos para fazer o nosso caminho, que passa muito pelo que fizemos hoje. Não falta ambição: temos é que saber que passos damos, e que possam ser seguros, sustentáveis e crescentes», foi o raciocínio lógico do técnico, a colocar água na fervura, mas a recordar de novo o lance sobre Ricardo Horta, aos 43’, em que reclama ter ficado um penálti por marcar favorável aos minhotos.
«Não quero condicionar o jogo em relação à arbitragem. Mas poderíamos ter chegado ao intervalo em vantagem. Falo só de decisões que condicionam. Tivemos outros lances com menor aparato e [penálti] não foi assinalado dessas vezes, noutros jogos. Adiante: o que fizemos em campo deixa-me satisfeito em relação ao desempenho dos meus atletas, mas não com o resultado», considerou Artur Jorge, que voltou ao lance aos 43’ sobre Ricardo Horta para «sem querer arranjar desculpas», sublinhar «momentos que condicionam o jogo».
«Digamos que [o penálti que diz ter ficado por assinalar] foi um momento que condicionou o resultado. Assim como um eventual segundo [cartão] amarelo [e expulsão] ao João Neves por cotovelada ao Racic. Mas vale o que vale: o que fica é o resultado. Não conseguimos fazer melhor e mais golos em jogo jogado do que o Benfica, aí não vou arranjar desculpas», foi o veredito claro que deixou.
Aos adeptos que gostariam de ver um SC Braga mais dono e ‘mandão’ no jogo, com ou sem ‘casos’ de decisões da equipa de arbitragem à parte, Artur Jorge foi sintético e profilático.
«Essa análise e pergunta desvaloriza o valor e mérito do Benfica. Não estávamos a jogar o título na Luz: um título vamos disputar com o FC Porto, na final da Taça de Portugal [4 de junho, Estádio Nacional]. Este jogo aproximava-nos do primeiro lugar, não nos dava título algum. Chegarmos aqui a quatro jogos do fim e sermos apontados por todos como equipa que estava a disputar o título para mim já é uma vantagem e um reconhecimento a tudo aquilo que temos feito», concluiu Artur Jorge, orgulhoso dos seus jogadores e da campanha da equipa na época.