SC Braga-Famalicão, 3-3 Será que resposta de guerreiro chegará para Salvador? (crónica)
Presidente queixou-se da atitude dos bracarenses em Roma, mas desta vez não pode ter esse lamento. Os ditâmes da Lei de Murphy andam a pairar na Cidade dos Arcebispos
Após o jogo em Roma para a Liga Europa, o presidente do SC Braga, António Salvador, tinha deixado fortes críticas à equipa, queixando-se da pálida imagem na capital italiana (0-3) e alertando que havia situações que tinham de ser alteradas. Agora resta saber qual será a resposta do líder máximo dos bracarenses ao empate caseiro diante do Famalicão, mas num contexto especial, em quem a equipa reagiu na segunda parte após ter estado a perder por 1-3, numa igualdade que se deveu, em grande medida, à alma guerreira colocada em campo por Ricardo Horta que, saído do banco, marcou dois golos cruciais.
O treinador Carlos Carvalhal, na resposta, disse que estava agarrado ao lugar que nem uma lapa, mas com que força estará agarrado esse bivalve ao banco bracarense, pois os resultados continuam instáveis?
Além do episódio já referido, o jogo começou com uma curiosidade do lado do SC Braga: se depois de terem ficado de fora do jogo de Roma para a Liga Europa devido a um desentendimento no treino se Niakaté e Bruma estavam no onze? Sim, estavam.
Face ao calendário apertado, Carvalhal fez como principais alterações as entradas de Zalazar e André Horta, dando descanso a João Moutinho e Ricardo Horta, já com uma certa veterania e a precisar de descanso nas pernas e na alma.
Do outro lado da barricada, na estreia de Hugo Oliveira, o antigo treinador de guarda-redes não ficou satisfeito com o resultado porque é sempre uma dor de alma desperdiçar uma vantagem de dois golos, mas pode agarrar-se à atitude da equipa para augurar um futuro risonho.
O jogo começou sem grandes oportunidades de perigo, mas a partir dos 20 minutos os guerreiros começaram a dominar com três lances de grande oportunidades para três excelentes paradas de Zlobin, uma delas após ter entregado a bola a André Horta (26), que ficou com a baliza escancarada e permitiu a defesa ao guarda-redes russo. O Famalicão não fazia muito, as chegadas à área contrária eram tímidas, mas chegou à vantagem numa infelicidade de El Ouazzani, que introduziu a bola na sua própria baliza na sequência dum pontapé de canto, já no tempo de compensação da primeira parte. Era a lei de Murphy a funcionar para os arsenaistas: «tudo o que pode correr mal, corre, no pior momento possível». E foi o que aconteceu.
O SC Braga entrou na segunda parte, após uma troca direta de avançados com El Ouazzani a sair para dar lugar a Roberto Fernández. Os da casa carregavam e os homens de Vila Nova resistiam, mas num rápido contra ataque conduzido por Gil Dias e concretizado por Gustavo Sá, a vantagem famalicense aumentou.
O SC Braga respondeu com o entretanto entrado Ricardo Horta a reduzir. Mas os homens do Famalicão continuavam com a baliza na mira e numa finalização de excelência Gil Dias colocou de novo a vantagem nos dois golos, fruto da pouquíssima experiência de Gharbi a defender.
No banco, Carvalhal mal dizia da sua vida, até que Paulo Oliveira reduziu a desvantagem e a esperança guerreira renasceu. Até ao final do encontro, Hugo Oliveira foi colocando homens para segurar a vantagem mas Ricardo Horta surgiu para, na compensação, para colocar tudo empatado a três, com alguma justiça, diga-se.