O 'mister de A BOLA' do Sporting-E. Amadora: à campeão
Paulinho e Gyokeres (IMAGO)
Foto: IMAGO

O 'mister de A BOLA' do Sporting-E. Amadora: à campeão

NACIONAL06.11.202317:16

Leão com mentalidade ganhadora conseguiu dar a volta ao resultado e teve vitória importante

1. Reação a frio

Duas equipas com sistema de jogo semelhante (três centrais), em que a organização do E. Amadora encaixou-se no sistema tático do Sporting que, diga-se, tem intérpretes diferentes, a nível individual e, consequentemente, com um coletivo muito superior. Mesmo assim o Estrela mostrou boa organização coletiva, a funcionar a nível individual.

2. Grande jogo 

Foi, sem dúvida, um grande jogo. Emoções à solta, incerteza no resultado, golos bonitos e defesas monumentais, num 3-2 que reconduziu o Sporting à liderança isolada antes da Liga Europa e do dérbi, na Luz. Este triunfo tangencial tem algumas histórias para contar: o Estrela surgiu com uma estrutura muito estável e confundiu o Sporting, com Miguel Lopes em papel híbrido, fechando a defesa e depois juntava-se aos médios, iniciando a construção pelo corredor central; o Sporting trocou a bola de forma lenta, a desafiar o adversário a sair, através de lances individuais, mas com dificuldades no último terço. O leão tentou fintar a adversidade atrás, mas foi o coletivo que se foi soltando, acelerou e insistiu até que Gyokeres, com passe atrasado, deu para Bragança marcar o primeiro.

3. Estaca zero   

O Estrela entrou para a segunda parte com uma alteração (Kikas rendeu Mansur)e o desafio reatou, ganhou definição e um penálti e o jogo passou à estaca zero!Aproveitando uma noite menos conseguida do capitão Coates, Kikas foi mais rápido e, no contra-golpe, surgiu o segundo dos visitantes. A partir daí, Rúben Amorim alterou com jogadores outras características, mais rápidos, com Gonçalo Inácio, St. Jutste e Diomande na defesa (jogadores com outra qualidade técnica), Trincão entrou muito bem para o lugar de Esgaio e foi mais ofensivo. O Estrela baixou as linhas e não explorou a direita.

4. Artilharia forte 

Mais tarde, com a entrada de Paulinho, a artilharia formou-se para disparar, com outras ideias. O Sporting acordou com rasgo individual de Edwards, um mágico, que fez o 2-2. A partir daí, foi um diabo à solta e, de seguida, fez passe magistral para Paulinho marcar o terceiro, entre outros lances que o guarda-redes do Estrela esteve em muito bom plano.

5. Resultado justo  

Com o Sporting preparado para uma boa época, o Estrela deixou boa réplica. Foi forte a reação dos leões, após sofrer o segundo, com Edwards e Daniel Bragança a sobressaírem e o guardião António Filipe à altura deste grande jogo. De realçar que o coletivo do Sporting funcionou, sem que os jogadores tivessem perdido a cabeça, e as fantásticas alterações, fruto da boa leitura de Rúben Amorim, e do conhecimento de quem tinha no banco. Esta reação do Sporting é fundamental para os dois jogos que aí vêm: para a Liga Europa e o dérbi no campeonato, ainda por cima na Luz. O pouco tempo de preparação pode penalizar as duas equipas, sendo que tanto leões como águias têm necessidade de ganhar! Há mais cansaço quando se perde do que quando se ganha e seria bom para o futebol português que ambos ganhassem, até o dérbi seria mais especial.