O 'mister' de A BOLA do Portimonense-Benfica: aproveitar os erros do adversário

O 'mister' de A BOLA do Portimonense-Benfica: aproveitar os erros do adversário

NACIONAL25.09.202311:46

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1- Domínio vs Apatia

O Benfica beneficiou dos primeiros minutos do jogo, para alcançar uma vantagem confortável. Os primeiros minutos caracterizaram-se pela apatia do Portimonense, desorganizado na pressão defensiva alta, onde possibilitou à linha média do Benfica, receber sempre a bola dentro do seu bloco sem oposição. Paulo Sérgio alterou a estrutura defensiva adotada nos últimos jogos, recorrendo a dois falsos avançados e um setor médio invertido, para aumentar a concentração de jogadores no corredor central. Os duelos individuais que deveriam existir na pressão defensiva alta do Portimonense acabaram por não se verificar, exemplo disso foi o segundo golo do Benfica. O ritmo e intensidade elevada colocada por parte da equipa de Roger Schmidt suprimiram qualquer tipo de iniciativa do Portimonense durante a primeira parte. Um dos principais erros defensivos do Portimonense foi a não cobertura do espaço nas costas da sua linha defensiva, ou seja, a profundidade descoberta foi a chave para o Benfica ter sucesso, visto que Rafa e Musa sentem-se confortáveis quando têm espaço para intervir nas costas do adversário. Paulo Sérgio, com a sua experiência, identificou os erros e antes do intervalo corrigiu, recorrendo ao plano B.

2 - Caracterização do Benfica

O Benfica utilizou Morato em detrimento de António Silva. Esta opção poderia ter aumentado o fluxo na etapa de construção pelo corredor esquerdo, contudo Morato fechou demasiado as suas ações individuais para o espaço interior no momento da receção de bola. Neres obteve um rendimento positivo, quer por fora quer por dentro, contribuindo para a ligação intersectorial e aumentando a velocidade do jogo. Kokçu e Musa foram substituídos, talvez por gestão, pois estavam a ser dos melhores em campo – uma decisão não coerente comparativamente à época anterior. Rafa e João Mário, ao nível da época passada, foram importantes na fase de criação em zonas avançadas no terreno – com influência direta nas oportunidades de golo.

3 - Hélio Varela

O intervalo foi mais benéfico para a equipa algarvia, que veio para o terreno de jogo com uma nova energia. Hélio Varela foi o jogador mais inconformado, um jovem com um potencial enorme, que está no seu processo de desenvolvimento. As principais características são a componente técnica, a velocidade com e sem bola, e por fim, a coragem para enfrentar qualquer jogador em situações de 1x1. O Portimonense num futuro próximo terá receita com este ativo, isto porque as próximas gerações de jogadores terão dificuldades na componente criativa para resolução de problemas, o choque geracional traz novos problemas, os quais, os treinadores terão que evoluir no sentido de potenciar o jogador e não os seus resultados imediatos na carreira desportiva.

4 - Síntese

O Benfica foi melhor, teve mais oportunidades de golo e controlou grande parte do jogo. Durante a segunda parte existiu superioridade do Portimonense durante 10 minutos, nos quais falhou a concretização de um penálti que daria o empate e a instabilidade emocional ao Benfica. O Portimonense aprendeu a lição, pois quem pressiona alto terá que cometer mais faltas em meio-campo ofensivo, não permitindo facilidades na circulação de bola ao adversário.