Destaques do Benfica: quando não há Di María há sempre David Neres
Na ausência do argentino que luxo é ter o brasileiro; Trubin defende o penálti e tem tudo para passar de bestial a besta para quem dele desconfiou; então este é o verdadeiro Kokçu...
Melhor em campo: Neres (nota 8)
Mais uma exibição para aquecer o coração dos adeptos do Benfica. Está nos três golos: no primeiro conduziu a bola pela esquerda para entregá-la a João Mário, que logo a tocou para Kokçu e este para Bah; no segundo serviu de bandeja Musa, que só teve de encostar; no terceiro recebeu a bola de Rafa e fuzilou Vinícius. Somou ainda um disparo perigoso aos 8’ (defendido por Vinícius) e um lance de génio, aos 73’, no qual furou pela defesa e convidou João Mário a marcar. E somou ainda muito daquilo que gostam aqueles que de futebol gostam, como a ginga de quem de um momento para outro saca um coelho da cartola. E houve muitos na relva do estádio algarvio.
Trubin (8) — Quando, talvez, muitos já só pensassem no lance em que se atirou para a direita para travar um remate de Carlinhos (32’) e a bola lhe passou por baixo das mãos e outros tantos estavam com o dedo no gatilho para disparar essas imagens nas redes sociais, emergiu como figura principal da vitória ao defender o disparo de Rildo no penálti. Pode ter passado de bestial a besta. Precisa de mais créditos para conquistar o tribunal da Luz. O bom jogo de pés (equipa confortável a jogar com ele), as saídas a cortar a profundidade e um felino salto para cortar com a mão, junto ao relvado, um lance (38’) perigoso podem ter ajudado. Sem culpa no golo.
Bah (7) - Muito agitado ofensivamente, o atrevimento foi premiado com um bonito golo, num disparo cruzado e forte para abrir o marcador. Aos 30’ queixou-se do tornozelo esquerdo e foi substituído ao intervalo.
Otamendi (7) - Competente a defender, destacou-se a lançar dois ataques perigosíssimos, com passes longos, num dos quais isolou Rafa.
Morato (5) - Fica marcado pelo penálti quando a equipa vencia por 2-1. A partir daí ficou mais nervoso, falhou passes fáceis. Na primeira parte esteve confortável na marcação a Jasper.
Aursnes (5) - Homem para qualquer serviço, foi lateral-esquerdo, lateral-direito e médio-centro. Cumpriu, com sobressaltos, mas não foi superlativo a defender nem a atacar. É difícil pedir mais ao norueguês.
Florentino (7) - Fresquinho e disponível para pressionar em várias zonas do terreno, leu bem o jogo do adversário, cortou linhas de passe, recuperou bolas e equilibrou a equipa no momento defensivo. Também se deu ao jogo ofensivo. Tudo isto deixou Kokçu confortável para se libertar.
Kokçu (8) - Tantas vezes pareceu que havia sempre mais equipa que Kokçu. Pois com o Portimonense, pela primeira vez, pareceu, algumas vezes, que havia Kokçu a mais para a equipa. Muito bem. Grande exibição. Deu-se aos companheiros, jogou simples, vertical e quase sempre de primeira, elevando a velocidade no ataque. Sensacional ao encontrar, com passe longo, David Neres no lance do segundo golo. Aos 36’, também num passe longo isolou Rafa.
Rafa (7) - Os seus sprints à corredor de 100 metros deixaram a defesa algarvia num alvoroço. Aos 8’ deixou Neres na cara do golo, aos 66’, depois de novo slalom, ofereceu mesmo o golo ao brasileiro. Nota menos positiva para dois lances em que se consegue isolar, graças à leitura de jogo e velocidade, mas não concretizou à frente de Vinícius.
João Mário (6) - Combinação rápida à entrada da área com Kokçu no primeiro golo e dois remates fracos para defesa de Vinícius. Cheirou o golo aos 73’ depois de grande lance de Neres, mas o guarda-redes desviou a bola e roubou-lhe a felicidade. Importante para meter gelo no jogo na parte final.
Musa (7) - Uma oportunidade para mostrar o instinto de goleador e... golo. Foi fácil, só teve de encostar, mas teve de encontrar o espaço entre os centrais e finalizar. Saiu ao intervalo para não se desgastar mais. Segue-se o FC Porto.
Jurásek (6) - Soltinho depois de regressar de lesão, entrou com vontade de atacar e deixou Neres mais descansado quando a equipa tinha de defender. E foi a defender a reação algarvia que passou muito tempo.
João Neves (5) - Muita vontade mas o jogo a fugir-lhe muitas vezes. Não acertou sempre no momento e zonas de pressão, mas subiu de rendimento e contribuiu para meter água na fervura do adversário.
Arthur Cabral (5) - Ainda parece preso de movimentos e um pouco desligado da equipa, embora haja sinais de bom entendimento com Rafa. Bom disparo em arco, ao lado do poste esquerdo (76’).
Tomás Araújo (-) - Lateral-direito improvisado durante cinco minutos. Ainda se atreveu, sem sucesso, num lance de ataque,
Tengstedt (-) - Um centro sem perigo da direita para a área.