Benfica Intocável para Schmidt e com aumento à vista
INTOCÁVEL. Foi este o rótulo que Roger Schmidt colocou em Felipe Rodrigues da Silva, conhecido no mundo do futebol por Morato, ao pedir à SAD encarnada para rejeitar todos os pedidos de negociação que têm surgido para o central. O brasileiro de 22 anos foi assediado neste defeso com ofertas do Fulham, orientado por Marco Silva, depois de no verão passado já o Rennes o ter tentado adquirir também sem sucesso. O emblema da Premier League chegou mesmo a sugerir que teria €25 milhões disponíveis para comprar o passe do central ao Benfica. Mais um ordenado que triplicava aquilo que aufere na Luz. O treinador alemão é um admirador profundo das características do central e se na época passada lhe pediu paciência para esperar pela vez dele após lesionar-se – fase em que apareceu António Silva a surpreender tudo e todos – desta vez vai acenando com incentivos para lutar pela titularidade numa concorrência direta com António Silva e... Otamendi.
Mas o que realmente vê Schmidt em Morato que tanto o atrai? Primeiro pormenor e talvez um dos mais importantes: é o único central canhoto de raiz do plantel. É dado adquirido que praticamente todos os treinadores gostam de pelo menos um defesa-central com pé esquerdo dominante. Mas a verdade é que não há muitos com estas características no mercado. Ora, o Benfica tem um. De 22 anos, com potencial e muito futuro pela frente.
Pormenor número 2: Morato não é o central típico que apenas sabe destruir jogo. Tem físico imponente, mas tem técnica. Corta e distribui bola quando tem espaço para isso. Faz muitas vezes cortes direcionados, seja com a cabeça ou com os pés, para o companheiro em melhor posição. Tenta quase sempre deixar a bola jogável.
Pormenor número 3: Quando a equipa tem bola – e no caso do Benfica o estilo de jogo privilegia a posse de bola – liga o jogo desde trás muitas vezes em posição adiantada no terreno, outras recuperando bolas e saindo ele a jogar com boa técnica.
Aspetos que fazem de Morato um central de estilo de jogo moderno. Que Roger Schmidt não quer perder. A questão do momento é como irá o treinador gerir o lote de defesas-centrais sabendo que apenas dois jogam regularmente. Otamendi, 35 anos, renovou e é o capitão; António Silva, 19 anos, foi a grande sensação da época passada e está apontado como a próxima grande venda do clube, mas seguramente não já este ano. Será com eles, que no fundo representam dois pesos pesados da equipa, que Morato irá lutar para ter mais minutos que os do ano passado. Ou quando muito esperar que o destino volte a atuar. Como na época passada e que levou Schmidt a admitir que «a infelicidade de Morato foi a felicidade de António Silva».
O novo contexto envolvendo Morato, central cada vez mais valorizado no âmbito do plantel encarnado, irá valer-lhe oportunamente nova revisão salarial. Essa, pelo menos, a promessa que já lhe foi transmitida na sequência do recente assédio que foi alvo por parte do Fulham, que mostrou disponibilidade para avançar com oferta de €25 milhões para assegurar a contratação do defesa de 22 anos e que lhe iria permitir, também, uma crescente valorização em termos de vencimento mensal.
O ordenado de Morato na Luz, melhorado no início da época passada, com renovação de contrato à mistura, permanece ainda um dos dos mais baixos do plantel. Situação que a SAD liderada por Rui Costa já prometeu rever também como forma de salvaguardar futuras tentativas de contratação. Mas também para compensar o brasileiro. Os valores com que lhe acenavam de Inglaterra iriam triplicar aquilo que nesta altura aufere de águia ao peito.
O Benfica, a pedido de Roger Schmidt, mostrou-se indisponível para ouvir ofertas e o jogador também não mostrou interesse em trocar de emblema nesta altura da carreira. Como forma de o compensar está, por isso, prevista a revisão salarial mesmo que mantenha o mesmo número de anos de vínculo (até 2027) e de cláusula de rescisão (€100 milhões). Processo idêntico, de resto, deverá ser seguido com João Neves, jovem que ainda tem contrato com os valores habitualmente praticados na equipa B.