Viagens dos argentinos do Benfica até podem ser vantagem
Bruno Lage colocou de forma clara o tema e o dérbi com o Sporting não será medido pelas deslocações de Otamendi e Di María
Numa entrevista recente, Grimaldo, antigo lateral-esquerdo do Benfica, disse que nos dérbis pouco interessa a tática porque os jogadores entram com uma mentalidade especial e querem dar tudo. Não será totalmente verdade, há argumentos que se jogam, mas no fundo é na vontade e na capacidade de a concretizar que se decidem os grandes desafios.
Neste contexto, percebo o receio em relação a fatores que possam influenciar, como a viagem dos benfiquistas Otamendi e Di María à Argentina para o Natal. Porém, como clarificou Bruno Lage, o treinador, na conferência de antevisão ao Sporting-Benfica deste domingo, o que importa é a resposta deles, como treinam e como vão jogar.
Estamos a falar de internacionais experientíssimos, que já viveram estes momentos centenas de vezes e que viajam e recuperam beneficiando de condições de excelência. Por outro lado, como sabemos, todos nós vivemos os problemas à dimensão dos nossos mundos, e os jogadores também. Tanto quanto a gestão física, a gestão emocional terá sempre um peso determinante no desempenho e, depois da chegada ao primeiro lugar do campeonato, terá sido seguramente um conforto para os jogadores do Benfica poderem passar o Natal com as famílias deles, estejam elas em Trás-os-Montes, Paris, Países Baixos ou na Argentina.
Se o rendimento em campo não for adequado haverá consequências e Lage falou desse risco, mas acredito que as viagens dos argentinos até podem representar uma vantagem e não o contrário. Haja vontade e capacidade para a jogar no relvado em Alvalade.