Destaques do Sporting: comandante Hjulmand teve de puxar dos galões
Dinamarquês deu exemplo de como avançar metros; golo 100 dos leões nesta época teve assinatura de Gyokeres; capitão Coates acabou por ser o parceiro do sueco no ataque
Melhor em campo: Hjulmand (7)
É cada vez mais evidente a influência do comandante dinamarquês na equipa leonina. Não só no desempenho das suas funções no miolo, como nos restantes setores. Aos 9’, oportunistas, repôs a igualdade no marcador com um remate cheio de intenção, em zona frontal, à entrada da área, mostrando excelente leitura de jogo. Assumiu a voz de comando na construção de jogo, ainda foi à defesa um par de vezes dar uma ajudinha e, sempre que teve oportunidade, subiu à área, não só para importunar a defesa, como para criar perigo a Jhonatan. Combativo, puxou dos galões para dar o exemplo de como avançar metros, desembaraçando-se da teia que o Rio Ave montou no meio-campo.
Adán (4) — Ainda estava frio no primeiro golo, esticou-se, mas muito longe de tocar na bola. Saiu em falso aos pés de Aziz (31’), com Embaló a acabar por atirar por cima; aos 39’ brincou na área e ia dando-se mal, com Aziz na iminência de lhe roubar a bola; cometeu um penálti: Falhou tempo de ataque e derrubou Aziz (66’); na defesa dos dois penáltis foi bola para um lado homem para o outro. Todos temos dias maus, ontem foi o de Adán...
Diomande (5) — Começou a jogar na direita, terreno a que está habituado, na segunda mudou-se para a esquerda e, diga-se, a missão foi mais periclitante. Aos 63’, um lance caricato que ia saindo caro: alívio defeituoso de Coates, para onde estava virado, com a bola a atingir Diomande, causando calafrios a Adán. Viu um amarelo, só com falta conseguiu travar Fábio Ronaldo.
Coates (6) — Patrão do eixo, notou-se mais dificuldades quando a defesa sobe, mas está ladeado de bons parceiros. Faz da experiência um trunfo e, aos 73´, foi lá à frente dizer sim a fantástico cruzamento de Morita, que recebeu a bola de Pedro Gonçalves, após rápida reposição. Terminou a fazer dupla com Gyokeres no ataque, depois de, aos 79’, ter recebido ordens de Amorim para estacionar na área dos vila-condenses.
Gonçalo Inácio (5) — Sempre de olho na profundidade com a defesa subida do Rio Ave, tentou lançar Gyokeres um par de vezes. Ficou no balneário ao intervalo após sentir dor numa perna e Rúben Amorim apostou em Eduardo Quaresma para uma saída mais rápida.
Geny Catamo (5) — No lance do primeiro golo , com a bola longa lançada para o corredor esquerdo, Úmaro Embaló enganou-o: conduziu a bola com o pé esquerdo, puxou-a para dentro e rematou com o direito. Correu muito, mas não teve uma ação tão consistente como o habitual. Viu um cartão amarelo por protestos, desnecessariamente.
Morita (6) — Teve grande ação na construção de jogo, subindo no terreno por diversas vezes e desmontando a defesa do Rio Ave, conseguindo, quase sempre, ‘sacar’ o cruzamento. Foi assim que fez a assistência para Hjulmand empatar (9’) e repetiu a ação no lance do terceiro tento, servindo Coates.
Nuno Santos (5) — Cruzamento de letra, aos 12’, com Pantalon a cortar de cabeça, com Hjulmand ainda a disparar, mas o remate saiu (muito) torto. Numa estirada com Fábio Ronaldo, ficou queixoso no chão (23’) e depois cometeu a falta sobre Costinha que deu origem ao penálti, ao cair do pano para o intervalo, e ficou abalado na segunda parte. Saiu aos 62’ entre aplausos e assobios (na sua antiga casa) e ficou no banco a roer as unhas...
Trincão (6) — O esquerdino deu continuidade ao bom momento que atravessa. Aos 14’, após recarga a remate de Gyokeres, tentou o golo, mas viu Jhonatan defender para a frente. Aos 27’, num lance sola com sola de Miguel Nóbrega, acabaria por ficar tocado e, mesmo a coxear, tentou ficar em campo, mas não deu para mais e teve de sair.
Gyokeres (6) — O sueco esteve muito inconformado, reagiu mais às faltas que sofreu do que o habitual e foi repreendido verbalmente por André Narciso. Aos 14’, teve oportunidade de colocar o Sporting em vantagem, deixou Josué Sá nas covas, mas viu Jhonatan fazer boa defesa; aos 20’, nova defesa do guardião e à terceira tentativa assinou o golo 100 da época dos leões. Teve mais mão cheia de oportunidades, mas sem sucesso.
Pedro Gonçalves (6) — Esteve sempre em sintonia com Gyokeres, de cabeça levantada a ver onde lhe podia colocar a bola em boas condições: boa leitura na rápida reposição, permitindo Morita de galgar metros e cruzar com conta, peso e medida para a cabeça de Coates.
Edwards (4) — Este não é, de todo, o tipo de jogo para o seu estilo gingão. Deixou-se antecipar algumas vezes e num remate que podia ser de perigo a bola foi para... as nuvens.
Eduardo Quaresma (5) — Não deu um milímetro a Úmaro Embaló, tentou sair na velocidade, mas encontrou um meio-campo demasiado povoado.
Matheus Reis (4) — Não se viu o seu cunho, num regresso vaiado a uma casa que bem conhece.