Carvalhal de volta à 'Pedreira': sucesso desportivo, vendas milionárias e jovens lançados na elite

Técnico regressa a casa com um contrato de duas épocas. Adeptos sonham com (mais) títulos. Todos os milhões que a SAD bracarense encaixou na sua anterior passagem pelo clube e os jovens lançados na elite

Rei morto… rei posto. Daniel Sousa foi despedido do comando técnico do SC Braga na noite de ontem, Carlos Carvalhal foi apresentado, hoje, como seu sucessor, tendo assinado um contrato válido por duas temporadas com o emblema bracarense.

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Técnico, de 58 anos, está de regresso a 'casa' e é o sucessor de Daniel Sousa no comando técnico dos guerreiros do Minho; sem tempo a perder, vai colocar mãos ao trabalho porque quinta-feira há um jogo decisivo na caminhada para a Liga Europa; (re)estreia no banco arsenalista será no reduto do Servette, em partida da segunda mão da 3.ª pré-eliminatória da referida competição europeia

Trata-se de um regresso, mas não é um regresso qualquer. Afinal, estamos a falar de um técnico que volta a uma casa que é sua por direito. Porque falar do SC Braga é também falar de Carlos Carvalhal. Tal como, de resto, sucede no cenário inverso. A ligação entre clube e técnico é umbilical e o livro de vida de ambos tem muito em comum.

Aos 58 anos, Carvalhal vai cumprir a terceira etapa no banco dos arsenalistas. Por lá passou de forma relativamente rápida na época 2006/2007, mas haveria de prolongar a estadia num segundo momento, de 2020 a 2022. Em ambas as temporadas, na Liga, a classificação foi a mesma: 4.º lugar e consequente apuramento europeu.

Mas houve mais para contar. Muito mais. Especialmente na Taça de Portugal, que Carvalhal ofereceu ao SC Braga na época 2020/2021 – vitória sobre o Benfica na final (2-0), com golos de Lucas Piazón e Ricardo Horta. Mas também um lugar na final da Taça da Liga, perdida para o Sporting (0-1). Nesse ano, há ainda registo de uma caminhada internacional bastante positiva, com a chegada aos 1/16 avos de final da Liga Europa – eliminação aos pés da Roma.

Na temporada seguinte, e além do já aflorado 4.º posto na Liga, a nota de maior destaque vai para o trajeto além-fronteiras, com o SC Braga a cair apenas nos quartos de final da segunda prova mais importante de clubes da UEFA. Já depois de mais uma fase de grupos ultrapassada, os arsenalistas deixaram pelo caminho o Sheriff (Moldávia), no play-off, e o Mónaco (França), nos oitavos de final, baqueando apenas diante do Rangers (Escócia), nos quartos de final e após prolongamento – 1-0 na primeira mão e 1-3 na segunda.

Milhões em caixa

Muito profícua tem tido também a relação financeira entre Carlos Carvalhal e o SC Braga. Ou, em bom rigor, os ativos que o técnico potenciou e que renderam uma pipa de massa ao clube.

A primeira grande venda foi Paulinho (Sporting, 16 milhões de euros), em 2020/2021, seguindo-se, na época vindoura, as transações dos passes de Galeno (FC Porto, 9 milhões de euros), Ricardo Esgaio (Sporting, 5,5M), Fransérgio (Bordéus, 4,5M), Fábio Martins (Al Wahda, 3M) e João Novais (Alanyaspor, 250 mil euros). Já em 2022/2023, a SAD dos minhotos lucrou ainda mais com os negócios de David Carmo (FC Porto, 20,28 milhões de euros) e de Vitinha (Marselha, 32M).

Contas feitas, o talento destes jogadores exponenciado ao máximo por Carvalhal gerou receitas superiores a 90 milhões de euros aos arsenalistas!

Miúdos na elite

Mas abordar a trajetória de Carlos Carvalhal no SC Braga é também analisar um treinador que não tem qualquer problema em apostar nos jovens. Tal como os craques que saem da formação dos minhotos e que se mostram prontos para chegar à equipa principal. Não é, pois, de estranhar que a lista de miúdos que cumpriram o sonho da estreia na elite seja bastante extensa: Lukas Hornicek, Dinis Pinto, Bruno Rodrigues, Guilherme Soares, David Carmo, Francisco Moura, Buta, Schurrle, Gorby, Miguel Falé, Edu, Berna, Roger Fernandes, Hernâni Infande, Rodrigo Gomes, Kodisang e Vitinha.

Na hora do regresso a casa, e olhando a todos estes nomes, Carvalhal até vai ter a oportunidade de reencontrar-se com três dos seus meninos. Lukas Hornicek, Gorby e Roger Fernandes pontificam no plantel principal dos bracarenses e, como tal, vão voltar a ser orientados por um técnico que tão importante foi nos seus trajetos.

Primeiro treino… e primeiro jogo

Sem tempo a perder. Depois de testado reunido com António Salvador, da parte da manhã, onde firmou contrato com o presidente da SAD do SC Braga, Carlos Carvalhal orientou, à tarde, o primeiro neste seu regresso ao clube.

Na sessão, o técnico começou, de imediato, a preparar a (re)estreia no banco dos guerreiros do Minho e que está agendada para as 19.30 horas de quinta-feira, no terreno do Servette.

O encontro diante da formação suíça, que será realizado, precisamente, em solo helvético, é referente à segunda mão da 3.ª pré-eliminatória da Liga Europa. No primeiro jogo, recorde-se, SC Braga e Servette empataram sem golos, na passada quinta-feira, na Pedreira.

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Mesmo com pouco tempo para sentir o pulso ao grupo de trabalho que vai liderar nesta nova aventura na (sua) cidade dos arcebispos, Carvalhal tem o foco totalmente virado para esta eliminatória europeia e para o sucesso que deseja. O primeiro passo será, então, carimbar o passaporte para o play-off da referida competição internacional, e só depois disso será orquestrada a estratégia para o primeiro jogo do técnico na presente edição da Liga, que será no Bessa, frente ao Boavista (no domingo, às 20.30 horas).

Carvalhal poderá voltar a sentir o calor do Municipal de Braga no próximo dia 25, quando os arsenalistas receberem o Moreirense (20.30 horas), para a 3.ª jornada da Liga.