Boavista: terceira AG eleitoral para evitar o abismo

Esta quarta-feira, às 18 horas, acionistas voltam a reunir-se para encontrar um novo Conselho de Administração; Gérard Lopez prometeu solução e está inclinado em renovar a confiança no presidente demissionário, Vítor Murta

O Boavista tem esta quarta-feira nova Assembleia Geral (AG) eleitoral de acionistas, às 18 horas, no Estádio do Bessa, a terceira destinada a eleger um novo Conselho de Administração. A primeira AG marcada com esta finalidade, no passado dia 27 de dezembro, não chegou a realizar-se, pelo que não foi considerada suspensa, apenas cancelada. No dia 5 de fevereiro, aí sim, a AG eleitoral foi adiada, tal como aconteceu no passado dia 15 de março. Se não surgir uma solução imediata, os axadrezados podem cair num vazio de poder.

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Não está, contudo, posta de parte a possibilidade de a solução para desatar este nó passar pelo presidente demissionário, Vítor Murta. Esta é a intenção de Gérard Lopez, proprietário da Jogo Bonito, e acionista maioritário do Boavista, com 67,67 por cento do capital. Por ocasião do adiamento da segunda AG eleitoral, o empresário comprometeu-se, num email enviado a Álvaro Braga Júnior, presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG), a formar uma equipa para liderar a SAD. Os contactos do proprietário têm sido no sentido de reforçar a confiança em Vítor Murta, que no dia 26 de fevereiro se demitiu do cargo, depois da goleada sofrida pelo Boavista em casa, frente ao SC Braga (0-4)

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«O foco são os jogadores e entendo que sou um fator de desestabilização, no sentido em que as pessoas passam mais tempo a dirigir-se a mim, em termos pouco próprios, do que a apoiar a equipa», justificou o dirigente, que três dias depois apresentou o pedido de renúncia do cargo ao presidente da Mesa da MAG. Como exigem os estatutos, Vítor Murta manteve-se em gestão em março. Apesar da decisão que tomou, e de a ter comunicado a Álvaro Braga Júnior, a sua demissão não foi registada.

O que poderá acontecer se da AG eleitoral de acionistas não sair um Conselho de Administração é uma incógnita. Não será, obviamente, um quadro nada promissor para o futuro da instituição. Na circunstância de a AG eleitoral ser adiada uma terceira vez, só poderá ser marcada uma nova dentro de um mês, o que reforça o caráter de urgência desta reunião de acionistas.

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 «Às vezes os adeptos têm memória curta. Esquecem-se que, quando cheguei, não se pagavam subsídios de férias nem de natal, que não tínhamos um campo para treinar, vivíamos dificuldades enormes. Agora não estamos bem, mas estamos melhores. Temos um futuro. Este presidente também liderou várias inscrições do Boavista na primeira liga, que não têm sido fáceis», indicou Murta, quando decidiu bater com a porta.

Gérard Lopez parece partilhar dessa visão do presidente demissionário e inclina-se para o convencer a travar a ameaça de vazio que paira sobre o Boavista. 

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