Biden condena ataques «desprezíveis» em Amesterdão

INTERNACIONAL08.11.202423:10

Presidente norte-americano afirmou que confrontos evocaram «momentos negros da história em que os judeus foram perseguidos»

O ainda presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, qualificou esta sexta-feira os «ataques antissemitas a adeptos de futebol israelitas» em Amesterdão como «desprezíveis» e evocativos «de momentos negros da história em que os judeus foram perseguidos».

«Temos de lutar sem tréguas contra o antissemitismo, onde quer que surja», afirmou o atual Presidente norte-americano na rede social X (antigo Twitter).

Biden vincou ainda ter entrado em contacto com «responsáveis em Israel e nos Países Baixos», cuja reação saudou.

A noite desta quinta-feira foi marcada por vários incidentes violentos entre um grupo de manifestantes pró-palestinianos e os adeptos do Maccabi Telavive na cidade neerlandesa.

As autoridades israelitas afirmaram que os adeptos israelitas foram vítimas de uma perseguição.

Segundo as autoridades neerlandesas, cerca de 60 pessoas foram detidas durante a madrugada de incidentes, que provocaram pelo menos dez feridos, tendo cinco adeptos israelitas sido hospitalizados. 

O ministro da Justiça neerlandês, David van Weel, prometeu que as autoridades neerlandesas vão «procurar e punir os responsáveis» pelo que aconteceu.

«Não se esperava que estes ataques recorressem a uma tática de atropelamento e fuga, em que pequenos grupos atacavam adeptos israelitas, o que complicou o trabalho da polícia, mas haverá uma investigação para determinar o que se poderia ter sido feito melhor», sublinhou van Weel.

O grupo islamita palestiniano Hamas afirmou que os incidentes entre os grupos são um exemplo das «repercussões espontâneas» do «genocídio em curso» de Israel na Faixa de Gaza.

O porta-voz e alto funcionário do Hamas, Sami abu Zuhri, sublinhou que os acontecimentos no final de um jogo da Liga Europa entre o clube israelita e o Ajax confirmam esta tendência, uma vez que o «genocídio» do povo de Gaza continua «sem a intervenção da comunidade internacional».

«A continuação do holocausto e do genocídio em Gaza, que se desenrola perante o mundo inteiro e é transmitido em direto sem que ninguém intervenha para o travar e levar os responsáveis perante a justiça, conduzirá a mais repercussões espontâneas deste tipo», afirmou numa mensagem divulgada pelo jornal Filastin, ligado ao Hamas.

A Autoridade Palestiniana condenou as «ações bárbaras» cometidas pelos adeptos do clube de futebol israelita, incluindo «cânticos antiárabes e ataques ao simbolismo da bandeira palestiniana».