Tudo o que se sabe sobre os confrontos em Amesterdão

INTERNACIONAL18:01

Cenas de violência que envolvem adeptos do Maccabi Tel Aviv continuam a gerar muita polémica e reações

O jogo entre Ajax e Maccabi Tel Aviv desta quinta-feira, para a Liga Europa, foi ofuscado pelas cenas violentas que ocorreram antes e depois do mesmo. As autoridades locais informam que 60 pessoas foram detidas e que cinco adeptos israelitas tiveram de ser hospitalizados devido a agressões.

Num momento em que o mais recente capítulo da guerra entre Israel e o Hamas já dura há mais de um ano, a visita do Maccabi Tel Aviv aos Países Baixos já era alvo de críticas, sendo que uma manifestação pró-Palestina estava agendada para o dia do jogo. No entanto, os confrontos começaram antes disso.

Segundo a polícia neerlandesa, na quarta-feira, fãs do Maccabi incendiaram uma bandeira palestiniana na principal praça de Amestrdão, a Dam, e também destruíram um táxi. Como tal, o local da manifestação foi alterado, para evitar maiores conflitos.

Já após o jogo entre Ajax e Maccabi, que motivou a mobilização de 800 agentes policiais, registaram-se então violentos incidentes que terão ferido pelo menos 10 pessoas. «Apesar da presença maciça da polícia na cidade, alguns apoiantes israelitas ficaram feridos», disse a polícia local, citada pela agência Lusa, que, entretanto, está a investigar todo este caso.

«Estamos a tentar obter uma imagem global», disse um porta-voz da polícia, que estará a analisar imagens que mostram os adeptos israelitas a gritarem, em hebraico: «Acabem com os árabes! Vamos ganhar!» As imagens que envolvem a bandeira da Palestina arrancada pelos israelitas, assim como das próprias agressões dos neerlandeses, também estão a ser avaliadas.

Consequências e reações

Em resposta a estes confrontos, o Governo de Israel enviou aviões até aos Países Baixos para trazer de volta adeptos do Maccabi – o primeiro desses aviões já aterrou em Israel na tarde desta sexta-feira. Em contrapartida, o chefe da diplomacia israelita, Gideon Saar, deve deslocar-se em breve a Amesterdão.

Estes ataques violentos foram também criticados e condenados, motivando acusações de antissemitismo.

Dick Schoof, primeiro-ministro dos Países Baixos, disse estar «envergonhado» pelo «terrível ataque antissemita», crítica que a presidente da Câmara de Amesterdão, Femke Halsema, também fez, olhando para os confrontos como sendo «uma explosão de antissemitismo».

A ONU, cujo secretário-geral é António Guterres, a União Europeia, e a UEFA também mostraram indignação pelas agressões ocorridas.

Por fim o presidente de França, Emmanuel Macron, lamentou o facto de os incidentes fazerem lembrar «as horas mais vergonhosas da história»; já o governo alemão disse que as imagens são «terríveis e profundamente vergonhosas para a Europa».