Violência em Amesterdão contra adeptos do Maccabi: mais de 60 detidos e acusações de antissemitismo

INTERNACIONAL08.11.202410:53

Várias reações políticas às agressões a adeptos do Maccabi Tel Aviv; adeptos israelitas tinham provocado antes do jogo

Dezenas de adeptos do Maccabi Tel Aviv foram violentamente agredidos na quinta-feira, à margem do jogo da equipa com o Ajax, em Amesterdão, para a Liga Europa. Houve 62 detenções e pelo menos cinco pessoas foram hospitalizadas.

Os ataques já foram descritos como antissemitas e as reações não se fizeram esperar, com comentários do primeiro ministro israelita Benjamin Netanyahu, o homólogo dos Países Baixos, Dick Schoof, e a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. «Condeno veementemente estes atos inaceitáveis. O antissemitismo não tem absolutamente lugar na Europa. E estamos determinados a combater todas as formas de ódio», reagiu a chefe do executivo europeu na rede social X.

Netanyahu afirmou que olhava para «o terrível incidente com a maior seriedade» e exigiu que as autoridades dos Países Baixos atuassem «vigorosa e rapidamente contra os desordeiros». «As imagens difíceis do ataque aos nossos cidadãos em Amesterdão não serão ignoradas», afirmou.

As imagens podem ser fortes para os leitores mais sensíveis:

O primeiro-ministro neerlandês, Dick Schoof, denunciou «ataques anti-semitas contra israelitas» em Amesterdão, descrevendo-os como «inaceitáveis».

«Estou em estreito contacto com todas as partes envolvidas e acabei de falar por telefone com o PM Netanyahu por telefone para sublinhar que os autores serão identificados e processados. A situação em Amesterdão está agora novamente calma», escreveu.

O novo chefe da diplomacia israelita, Gideon Saar, deslocar-se-á em breve a Amesterdão na sequência dos confrontos ocorridos à margem do jogo de futebol entre o Ajax e o Maccabi Telavive, na quinta-feira à noite, anunciou o seu gabinete na sexta-feira. «À luz dos graves acontecimentos, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Gideon Saar, partirá em breve para uma visita diplomática urgente aos Países Baixos», declarou o ministério em comunicado.

O que aconteceu antes do jogo

Para muitos, tratou-se de retaliação. Antes do jogo também houve tensão, com várias manifestações anti-palestinianas. Foram também vistas pessoas, identificadas como adeptos do clube israelita, a rasgar bandeiras palestinianas penduradas nas ruas da cidade e a gritar «morte aos árabes». O minuto de silêncio durante o jogo, em homenagem às vítimas das inundações mortais em Espanha, também não foi respeitado.

A UEFA condenou a violência, admitindo atuar disciplinarmente: «Vamos examinar todos os relatórios oficiais, reunir provas disponíveis, analisá-las e avaliar qualquer ação apropriada de acordo com o quadro regulamentar.»