Governo português condena «violência antissemita» em Amesterdão

Presidente da Câmara local fala em «vergonha»

O governo português condenou os desacatos verificados na quinta-feira à noite em Amesterdão, em que adeptos do Maccabi Tel Aviv foram agredidos à margem do jogo com o Ajax.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, condenou «veementemente os atos de violência contra cidadãos israelitas» em Amesterdão, referindo-se aos confrontos que provocaram dez feridos e 62 detidos, motivando reação do governo israelita, que decidiu mandar dois aviões aos Países Baixos para assistir as vítimas.

«É crucial promover a tolerância e o respeito, combatendo o antissemitismo e todas as formas de discriminação. Estes atos põem em causa os mais fundamentais valores europeus», escreveu o ministro.

O primeiro-ministro dos Países Baixos, Dick Schoof, condenou os incidentes, afirmando-se «horrorizado», afirmando ter já falado com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

«Tenho vergonha do que aconteceu na cidade» disse a presidente da Câmara, Femke Halsema, anunciando a proibição temporária de manifestações. De acordo com Halsema, a violência que eclodiu em Amesterdão foi «uma explosão de antissemitismo que não se via há muito tempo»: «Temos muitas manifestações e protestos, e estamos sempre preparados para eles. Temos tido alguns ligados à situação no Médio Oriente e à guerra em curso em Israel e na Palestina, mas o que aconteceu ontem não teve nada a ver com um protesto ou uma manifestação. Foi um crime.»

As autoridades neerlandesas afirmam que os atacantes visaram adeptos israelitas, mas antes do jogo vários vídeos mostraram também adeptos israelitas a entoarem slogans anti-árabes nas ruas, e a derrubar bandeiras palestinianas.