António Guterres condena antissemitismo e islamofobia após incidentes em Amesterdão

INTERNACIONAL08.11.202422:47

Secretário-geral da ONU ficou chocado com confrontos a propósito do Ajax-Maccabi Tel Aviv

O secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou-se esta sexta-feira chocado com a violência registada na véspera, nos Países Baixos, à margem de um jogo de futebol entre as equipas do Ajax e Maccabi Tel Aviv, a contar para a Liga Europa

O diplomata português condenou o «antissemitismo e o fanatismo anti-muçulmano», aludindo aos confrontos que envolveram adeptos de ambas as equipas.

Israel enviou ainda na quinta-feira o seu próprio ministro dos Negócios Estrangeiros, com um avião cuja missão era repatriar adeptos israelitas e, à chegada, Gideon Saar frisou que a situação foi «talvez o maior ataque contra judeus na Europa» desde a Segunda Guerra Mundial.

A câmara de Amesterdão, a polícia e o Ministério Público disseram num comunicado que a noite após o jogo entre o Ajax e o Maccabi Tel Aviv foi «muito agitada, com vários incidentes de violência dirigidos contra os adeptos do Maccabi» em vários pontos da cidade.

Segunda as autoridades locais, a polícia de choque teve de «intervir várias vezes para proteger os adeptos israelitas e escoltá-los até aos hotéis».

As forças de segurança detiveram 62 pessoas, 10 das quais ainda estão sob custódia, incluindo dois menores. Cinco pessoas foram hospitalizadas e já tiveram alta.

A polícia neerlandesa estima que cerca de 2.600 adeptos israelitas se deslocaram a Amesterdão para assistir ao jogo, mas na quarta e quinta-feira, os adeptos do Maccabi, segundo a polícia, «arrancaram uma bandeira de uma fachada na Rokin Street e destruíram um táxi. Na Praça Dam, queimaram uma bandeira palestiniana», o que foi visto como uma provocação aos manifestantes pró-palestinianos que se tinham oposto à realização da partida com uma equipa israelita como visitante.

Os adeptos israelitas também andaram pelas ruas a gritar cânticos como «morte aos árabes», «deixem as IDF (Forças de Defesa de Israel) ganhar, que se lixem os árabes» ou «já não há escolas em Gaza porque já não há crianças», segundo vários vídeos que circulam nas redes sociais.