ENTREVISTA A BOLA Alisson Safira: «Dei um passo atrás, para dar dois em frente»

Aceitou deixar o V. Guimarães e mudar-se, em janeiro, para os Açores. Uma aposta coroada de sucesso. O Santa Clara subiu de divisão e o ponta de lança conquistou o primeiro título da carreira, a Liga 2. Para a próxima temporada, o brasileiro, que já soma mais de 50 jogos na Liga, revela o segredo para se manter entre a elite.

— PARABÉNS pela subida à Liga e também pelo título de campeão da Liga 2. Como é a sensação de ter conquistado o primeiro título da carreira?

— É um sentimento de felicidade e realização pessoal. O segredo sempre foi trabalhar e acreditar num grupo de homens trabalhadores e batalhadores. Em nenhum momento, deixámos que as adversidades tirassem o nosso foco! Sempre trabalhámos como campeões diariamente. No final, fomos premiados pelo nosso esforço.

— Chegou em janeiro proveniente do V. Guimarães, um histórico do futebol português. Como foi lidar com essa diferença de patamar competitivo?

— Às vezes é preciso dar um passo atrás para dar dois para frente. Em janeiro, cheguei muito feliz ao Santa Clara. Pelo projeto e pelas pessoas envolvidas, já sabia que seria um grande projeto e vitorioso. O mister [Vasco Matos] foi muito importante para a minha adaptação pela confiança que me transmitiu. Sempre me mostrou qual seria a minha importância dentro do grupo.

— Já conhecia alguma coisa sobre o trabalho do treinador Vasco Matos?

— Sinceramente, não conhecia muito. Tínhamo-nos cruzado quando defrontei o Casa Pia, pouco mais. Antes de vir para cá, falei com o Jota Silva, que me passou boas sensações sobre o trabalho do mister.

— Com mais de 50 jogos na Liga, o que considera que o Santa Clara pode fazer neste regresso à elite do futebol nacional?

—Precisamos de ser fortes dentro de casa, pois isso faz muita diferença nas contas do campeonato. Fora de casa, todo o ponto é bem-vindo.

— Em Portugal, a sua melhor melhor marca em termos de golos são sete, então ao serviço do B SAD, em 2021/2022. Tem esse desejo de superar esse registo na próxima época?

— Com toda a certeza! É um desejo superá-lo e acredito que vou conseguir com a ajuda dos meus companheiros.

— Esta será a quarta temporada em Portugal. Quais foram os maiores desafios e conquistas?

— Quando cheguei ao B SAD, tive de adaptar-me rápido e esse foi o maior desafio. Felizmente, as coisas correram bem e tive um ano de estreia muito bom. No que toca à conquistas, o 6.º lugar com o V. Guimarães, em 2022/2023, foi muito importante para mim, porque representou a possibilidade de jogar e competir pela primeira vez nas competições europeias [pré-eliminatórias da Liga Conferência]. O título de campeão da Liga 2 é também especial.

— Está com 29 anos e tem contrato com o Santa Clara até 2026. O que pretende ainda alcançar?

— Espero marcar mais golos e continuar a evoluir. Ainda tenho muita coisa para conquistar!