Tudo o que disse Roberto Martínez: das lições da Geórgia à demonstração de talento

SELEÇÃO30.06.202420:12

Selecionador nacional em conferência de imprensa

- O relvado parece estar em mau estado. Está preocupado com isso? Foi por esse motivo que a equipa não se treinou aqui?

- É o quinto jogo neste relvado. Mas acreditamos no trabalho da UEFA e na organização do torneio. Queremos fazer um bom jogo frente à Eslovénia.

- O único treinador que venceu um Europeu sem ter a nacionalidade da respetiva equipa foi Otto Rehhagel, pela Grécia em 2004. O que isso lhe diz?

-  Quantos treinadores estrangeiros teve Portugal? Que não falassem português? Pois… a nacionalidade do treinador não é importante.

- Itália eliminada, Inglaterra com muitas dificuldades. O que isso lhe diz sobre este Europeu?

- Todas as equipas do Euro 2024 têm personalidade e querem ganhar, acreditam que podem ganhar. E acho que isto faz com que os jogos sejam resolvidos com detalhes e mostra o nível dos jogos deste torneio.

- Qual é neste momento a grande seleção do Europeu?

- Olhamos para trás, só há uma equipa que ganhou três jogos da fase de grupos, que é a Espanha. Depois, há equipas que ganharam dois, que tiveram bons momentos. A nossa equipa está em crescendo e está fresca. Tivemos uma fase de preparação, depois uma fase competitiva, mas agora começa um torneio diferente. Agora é mata-mata. Acho que estamos preparados. E gostaria de responder a pergunta no dia 15 de julho.

- Como está a equipa neste momento?

- Tivemos 23 jogadores que já atuaram no Europeu. Sentimos que a equipa está bem preparada.

- O que mais teme da Eslovénia?

- É uma equipa muito organizada, com um bloco médio, que pressiona bem e que acredita muito no que está a fazer. É uma seleção que vive um momento histórico. Admiramos muito o que o selecionador da Eslovénia está a fazer. É uma seleção que joga como um clube, tem uma sincronização defensiva muito forte. A entreajuda entre eles é muito grande, mas são muito perigosos. Podem passar muito sem bola, mas fazem ataques rápidos e contra-ataques. A dupla Sesko/Sporar na frente de ataque tem uma ligação muito boa. Manteve a baliza a zero contra a Inglaterra.

- Que detalhes deve a Seleção melhorar relativamente à fase de grupos?

- É difícil dizer porque eu gosto do jogo perfeito e isso não existe. Porque a Slovenia é uma equipa que acredita e é muito, muito competitiva. Olá Roberto Martins, boa tarde. Qual é o detalhe, porque falou há pouco em detalhes, qual é o detalhe ou os detalhes que gostava que a sua seleção aproveitasse a partir de agora que começa o novo torneio? É difícil porque eu gosto de um jogo perfeito. Queremos marcar muitos golos. Queremos manter a baliza zero. Queremos controlar o jogo. Há muitas coisas. Mas gostaria de continuar o que vi durante os três jogos, com duas vitórias e um jogo que não gostámos, que é a capacidade de trabalho dos jogadores. Queremos manter a reação à perda e manter a intenção de ajudar o colega. Precisamos de continuar a fazer o que fizemos bem. E acho que a responsabilidade do grupo de balneário foi muito boa depois da derrota contra a Geórgia.

- A Eslovénia é a equipa que do ponto vista defensivo está à frente em muitos aspetos nas estatísticas do Euro. Como se ultrapassa uma equipa assim?

- Ter paciência, circulação de bola rápida. O importante é que uma equipa que gosta de jogar sem bola precisa de defender bem. Há momentos-chave muito rápidos que a Eslovénia não precisa de muitos toques para criar perigo. Se a Eslovénia marcar, o jogo torna-se muito mais difícil. Depois, temos de utilizar as nossas ligações. Somos uma equipa que chega bem ao último terço. E depois é controlar o momento, controlar o sentimento, desfrutar, mostrar o talento individual. E aqui é onde Portugal é forte. Mas com uma clara ideia de que a Eslovénia é uma equipa muito boa defensivamente.

- Sente que depois da derrota com a Geórgia passou a haver maior desconfiança e pressão em relação a si?

- É importante sempre fazer isso. É a primeira vez na história de Portugal e no Europeu que tem quatro jogadores sub-23 onze inicial. O jogo com a Geórgia fez-nos tirar notas muito positivas. O resultado final não foi a que queremos, mas precisamos olhar para trás e avaliar o jogo da Geórgia em que tínhamos seis pontos e já éramos primeiros do grupo. Para nós, é importante que agora olhemos em frente e acho que precisamos ter a lição do jogo da Geórgia. E a lição é clara: num Europeu e em jogos importantes, o importante é o que nós podemos fazer, não é o adversário. Se não darmos o nosso nível, se não tivermos  a mesma intensidade do adversário, a mesma necessidade para ganhar, é muito difícil, não há jogos fáceis.

- O que espera da arbitragem?

- Será um árbitro de topo.

- Qual é a chave para Rafael Leão render mais?

 - Rafael Leal é um talento maravilhoso. Eu tenho especial predileção por jogadores que amam a situação do 1x1. E eu acho que todos os futebolistas amam isso. É nossa responsabilidade dar ao Rafael o melhor espaço, a melhor situação, o melhor serviço. Como jogador, ele sabe muito sobre assistir. Às vezes podemos avaliar sobre a inconsistência de um jogador, mas se não lhes dás a bola… Mas eu fiquei muito impressionado nas primeiras duas partidas. Ele deu-nos muito no encontro com a Turquia.