Seleção a uma vitória do apuramento mais rápido de sempre
Basta vencer a Eslováquia para garantir a qualificação a três jogos do fim; o melhor que conseguiu antes foi na penúltima jornada
A campanha imaculada de Portugal no apuramento para o Campeonato da Europa de 2024 pode valer um dos primeiros passaportes para a fase final na Alemanha — também se podem apurar nesta jornada Escócia e França, as duas outras seleções, tal como Portugal, só com vitórias, e ainda Bélgica ou Áustria (defrontam-se e quem vencer garante desde já um dos dois primeiros lugares do grupo).
À Seleção Nacional, basta vencer esta sexta-feira, no Dragão, a Eslováquia. Mas até o empate serve, desde que o Luxemburgo, terceiro classificado do grupo, perca na Islândia.
Mesmo que Portugal falhe esse primeiro match-point, tem nova oportunidade na Bósnia, na próxima segunda-feira. Também aí, uma vitória garantiria sempre a qualificação, mas o empate ou até a derrota (dependendo dos resultados de sexta e de segunda) poderiam chegar.
Dificilmente Roberto Martínez não baterá, assim, o recorde do apuramento mais tranquilo para uma fase final da Seleção das Quinas. Nas 16 vezes em que Portugal participou em fases finais de Campeonatos do Mundo ou da Europa (15 apuramentos, porque em 2004 tinha lugar reservado como organizador), só em três chegou ao último jogo já qualificado. E só o tinha conseguido na partida anterior.
Apuramentos lusos para fases finais
Edição | Apuramento |
Mundial-2022 | ‘Play-off’ |
Euro-2020 | Último jogo |
Mundial-2018 | Último jogo |
Euro-2016 | A um jogo do fim |
Mundial-2014 | ‘Play-off’ |
Euro-2012 | ‘Play-off’ |
Mundial-2010 | ‘Play-off’ |
Euro-2008 | Último jogo |
Mundial-2006 | A um jogo do fim |
Euro-2004 | Organizador |
Mundial-2002 | Último jogo |
Euro-2000 | Último jogo |
Euro-1996 | Último jogo |
Mundial-1986 | Último jogo |
Euro-1984 | Último jogo |
Mundial-1966 | A um jogo do fim |
É verdade que as comparações são injustas pensando que atualmente se qualificam diretamente os dois primeiros classificados de cada grupo, o que raramente aconteceu no passado — para Mundiais só em 1986, porque Portugal estava num grupo de cinco equipas; em Europeus só em 2008, numa longa qualificação com oito equipas e 14 jogos, e a partir de 2016, com o alargamento da fase final a 24 seleções.
É obviamente mais fácil garantir um dos dois primeiros lugares a alguns jogos do fim do que garantir obrigatoriamente o primeiro lugar (mesmo que vença a Eslováquia, Portugal fica apenas com oito pontos de vantagem sobre o adversário de amanhã, por isso ainda poderia teoricamente ser ultrapassado nas três jornadas finais). Mas o facto é que a Seleção encaminha-se para ter um mês de novembro bem tranquilo, o que nunca aconteceu.
Só na corrida para o Mundial-1966 (apuramento com empate em casa diante da Checoslováquia; derrota na Roménia no último jogo), na caminhada para o Mundial-2006 (qualificação conseguida com triunfo caseiro sobre o Liechtenstein, tornando a vitória sobre a Letónia no último jogo irrelevante) e no percurso para o Euro-2016 (presença carimbada com vitória em Braga sobre a Dinamarca, tirando pressão da visita à Sérvia, que Portugal também venceu) a Seleção chegou à última jornada sem pressão.
Curiosamente, seriam as melhores fases finais de Mundiais (3.º e 4.º lugar) e Europeus (1.º lugar) em que participaria. Um bom sinal para o Alemanha-2024?