Turquia-Portugal, 0-3 Roberto Martínez: tudo o que disse o selecionador nacional
Treinador de Portugal, naturalmente satisfeito com vitória por 3-0 e apuramento para os oitavos de final, carregou nos elogios
— Que análise faz a uma vitória que permite a Portugal ser primeiro do grupo e garantir já os oitavos de final do Euro 2024?
— É um jogo que foi muito importante para dentro e para fora, é uma vitória brutal e pode dar uma mensagem diferente. A Turquia tem bom jogo interior, com jogadores com pé trocado. Trabalham para tentar jogar pelo interior. Foi importante termos o Palhinha na primeira parte e o Rúben Neves na segunda. Um sistema ajuda as nossas ações defensivas, defendemos bem a Chéquia, hoje defendemos muito bem a Turquia.
— Considera que foi um triunfo fácil?
— Não foi um jogo fácil, queremos melhorar sempre, os jogos são diferentes quando marcamos o primeiro golo. É algo que fazemos bem. Contra a Chéquia foi difícil por situações diferentes. É rever o jogo, avaliar e ganhar 3-0 frente a uma equipa com a qualidade da Turquia, é bom. Foi um bom desempenho, mas podemos melhorar.
— Poderá haver revolução na equipa para o terceiro jogo?
— Não existe isso no balneário, não há esses valores, há os valores de superação e companheirismo. Acho muito importante ver mais jogadores. Todos os jogadores durante a fase de preparação mostraram que estão preparados e é o momento de dar oportunidades e melhorar a competitividade. Não será revolução. Vou rodar jogadores? Sim. Há jogadores que merecem estar no onze. A minha dificuldade é utilizar 23 jogadores, 10 de campo. O treino é importante. Vamos utilizar todos os jogadores. Mas não haverá revolução. Não gosto dessa palavra. Todos os jogadores são parte importante na Seleção. Há dias em que precisam de estar preparados no banco, noutros no relvado. Ser o primeiro do grupo é muito importante, há muitos jogadores no balneário que merecem jogar, podemos ver a competitividade deles durante o torneio. Estamos a crescer jogo a jogo.
— Quatro adeptos invadiram o relvado para tentar chegar a Ronaldo. O que pensa disso?
— É uma preocupação, estamos atentos. Todos gostamos que os adeptos reconheçam a importância das grandes estrelas e dos ícones, mas são momentos complicados e intensos, quebram a concentração, não deveria acontecer, apesar de haver muita segurança. Temos de deixar a mensagem: não é a melhor maneira e podem fazer com que as medidas de segurança possam ficar mais apertadas, não é bom para os jogadores ficarem tão expostos no relvado.
— Que análise faz ao momento em que Ronaldo oferece o 3-0 a Bruno Fernandes?
— Vimos algo para mim extraordinário, em frente ao guarda-redes deu para Bruno Fernandes. É um exemplo que deveria ser mostrado em cada academia em Portugal e no Mundo do futebol, mostrou que a equipa é o mais importante.
— E quanto a Pepe, um jogador de 41 anos?
— É um profissional 24 horas por dia, alguns jogadores vivem uma vida normal e pensam um dia na reforma, Pepe não pensa nisso, pensa nos detalhes e que vai jogar mais um ano, mais um ano. Uma vida constante para o futebol, exemplo fantástico. E há a genética. Quem o vê jogar não acredita que tem 41 anos.
— É importante utilizar linhas de 3 e 4 defesas?
— É importante dar equilíbrio ao nosso talento individual, ter flexibilidade tática. Flexibilidade tática com sincronização, algo difícil no futebol de seleções.
— Sentiu o apoio dos adeptos portugueses?
— Incrível! O ambiente na fase de preparação em Portugal foi espetacular, mas com a Chéquia e hoje... Jogadores estavam orgulhosos e com força durante o intervalo, sabiam que não poderiam perder perante a força que vinha das bancadas. Obrigado pela força e vamos dar tudo.