Roberto Martinez «Momento de Gonçalo Ramos faz parte, balneário do PSG não é fácil»
Entrevista a Roberto Martínez. PARTE IV
Olhando para a seleção nacional, daquela que tem utilizado, tem utilizado um grupo de 31 jogadores. Não será tão difícil fazer o exercício de perceber quais são os nomes. Já pensou, por exemplo, quantos centrais é que vai levar?
Março, para nós, é um estágio muito importante para isso. Há um grupo de jogadores, acho que há 5 ou 6 jogadores que estiveram em todas as listas e nunca jogaram minutos. Então eu acho que é um momento importante, no estágio de março. de dar oportunidades. Mas também precisamos de continuar com a preparação do Europeu. Temos os dois objetivos claros, que é ter todos os jogadores com uma informação clara para tomarmos decisões em maio. Mas depois precisamos dos dois jogos. São jogos muito bons para nós, do ponto de vista tático, do ponto de vista competitivo. A Suécia e a Eslovênia, duas equipas muito diferentes, mas com pontos que nós não pudemos trabalhar até agora. Eu acho que os dois objetivos são importantes. Mas o número de jogadores é mais alto, é mais alto de 31. Mas é o trabalho mais difícil porque eu acho que não há ninguém que não tenha valências para ser parte do plantel.
O Pepe foi uma referência da Seleção Nacional há muitos anos. Tem tido alguns problemas musculares, algumas lesões. Para o Pepe é decisivo março?
É, é, é porque o Pepe… não é por aquilo que perdeu. Porque teve azar. Eu acho que foram quatro estágios que o Pepe não pôde estar. Mas o estágio que ele teve com o grupo foi muito positivo. Porque tem uma experiência, uma vontade e uma forma de trabalhar que é contagiosa. E isso é muito importante. Mas agora todos os jogadores estão na mesma situação. As próximas seis, sete semanas são importantes para março. E março é um estágio essencial para o que vai acontecer.
Disse há pouco tempo que iria trazer alguns novos nomes em março. É legítimo, por exemplo, que os adeptos do Sporting pensarem que vai chamar o Pedro Gonçalves e o Nuno Santos?
O jogador tem de estar porque merece estar. Depois é quem outros jogadores estão nos mesmos terrenos. Eu acho que o Pedro Gonçalves tem um papel muito importante numa equipa que está fazendo uma época muito boa. Gosto muito do que o Pedro está a fazer e tem muitas possibilidades, porque o Pedro sempre esteve nas listas, em todas as listas. O Nuno Santos é uma situação diferente. Eu acho que o Nuno é um jogador muito interessante, mas tem um jogador como o Nuno Mendes. Também temos jogadores para jogar como o Rafael Leão, que não tem a mesma função, mas na disposição tática é a mesma posição do terreno. Temos o Raphael Guerreiro, temos o João Cancelo…
Ia perguntar-lhe pelo Raphael. Vê-o neste momento mais como um lateral esquerdo ou mais como um médio?
É muito interessante porque o Raphael sempre teve a opção de jogar por dentro.
Mas nas suas listas, quando faz, olha para ele como lateral esquerdo ou como médio?
Nós adaptamo-nos. Quando o Rafael Leão está no 11 inicial, eu acho que o jogador por detrás precisa jogar por dentro. E é um perfil que o Diogo Dalot fez muito bem, que o João Cancelo fez muito bem, mas é muito natural agora para o Raphael Guerreiro, um lateral esquerdo que pode jogar na ala, mas sem bola e depois com bola pode jogar por dentro. É um perfil perfeito. Mas o Raphael Guerreiro tem isso, tem as valências de um médio e depois é um jogador com uma experiência na lateral esquerda que é muito importante pela mudança de sistemas.
E o momento do Gonçalo Ramos, preocupa-o?
Não, não, faz parte. Faz parte da evolução, faz parte do período que o Gonçalo está a viver. Eu gosto muito do facto de o Gonçalo estar predisposto a lutar. Marcou no último jogo. Não é fácil. O balneário do PSG não é um balneário fácil, mas faz parte da sua experiência. E eu acho que depois desta época o Gonçalo Ramos é melhor jogador e ajuda o que nós estamos a tentar conseguir.