A BOLA falou com o gestor de perfomance do ponta de lança e soube mais sobre o momento dele
Fisioterapeuta de formação, mas agora gestor de performance, que junta a fisioterapia e também as funções de personal trainer, Luciano Rocha trabalha com o ponta de lança Arthur Cabral há quase um ano, em Portugal. Luciano já trabalhou com outros jogadores, como por exemplo Lucas Moura, Carlos Vinícius (também no Benfica), Hassan (ex-SC Braga e Benfica) ou os internacionais portugueses José Sá e Podence.
«Arthur sempre teve com ele uma equipa multidisciplinar, que engloba analistas de desempenho. Discutimos em conjunto as necessidades do momento para trabalhar as dificuldades que possa sentir e o potenciar de acordo com o que lhe é pedido nos clubes», detalha Luciano Rocha, explicando que, no caso do Benfica, o que Arthur precisava melhorar «estava à vista de todos, mesmo dos adeptos».
«Procurámos trabalhar questões como a velocidade, mudanças de direção e vejo hoje o Arthur Cabral muito mais completo, nessa questão da mudança de velocidade, nas bolas aéreas, ataque à profundidade, bolas ofensivas, defensivas...», garante o gestor de performance, explicando que o atacante é «muito inteligente» e que ficou «surpreendido» como ele se mostra preparado para «qualquer modelo de jogo».
Avançado prepara-se para ser titular, sábado, com o E. Amadora, na Taça de Portugal. Sem Renato Sanches, Benjamín Rollheiser deverá também entrar de início. Brasileiro e argentino marcaram ao Mafra em jogo-treino
Luciano admite que Arthur Cabral é «um pouco tímido» e que isso pode dificultar a «interação» no clube, mas assegura que ele está «pronto» e «melhor que nunca» para entrar em campo. «Atingiu a velocidade máxima, sprints, está muito equilibrado do ponto de vista muscular. O trabalho que temos feito particularmente tem sido até muito elogiado no Benfica, com quem mantemos uma relação muito boa, trabalhando em conjunto. Posso analisar os dados dele no clube e passo para eles os dados que recolhemos diariamente», conta, elogiando muito o Benfica e lembrando um «tempo em que o clube não estava tão aberto» a estas possibilidades, quando trabalhou com Carlos Vinícius.
O especialista vê Arthur Cabral «num grande momento» e não apenas físico, porque a parte emocional, sublinha, é «tão ou mais importante». Nesse sentido, Luciano sente o avançado brasileiro «focado» no Benfica.
A época
Esta temporada, Arthur Cabral soma um golo e uma assistência em 12 jogos pelos encarnados, apenas dois na condição de titular, um conjunto de 285 minutos em campo. Terminou 2023/24 com 11 golos e três assistências em 43 jogos, 19 como titular
«É verdade que acusou um pouco há tempos, quando não jogava, mas agora, e já há muito tempo, está completamente focado, percebe o momento no clube e respeita. Vejo isso nos treinos e penso que há sinais, como a forma como comemora os golos dos colegas mesmo quando está no banco, como em campo muitas vezes prefere um passe em vez daquela coisa dos avançados de só verem o golo», diz.
Arthur Cabral enfrenta, sem rodeios, os números abaixo das expectativas, mas diz que não está dececionado e promete ir à luta
Insistindo na questão emocional, Luciano Rocha elogia o aluno Arthur Cabral. «Cuida-se no sono, nunca tem preguiça e dá o máximo nos treinos. É, como dizemos no Brasil, faca na caveira, sangue no olho. E alimenta-se bem. Aquela coisa de lhe colocarem a alcunha do Picanha não faz sentido, tem uma estrutura óssea muito larga e ele é assim, está na melhor forma possível.»