«Esperava ter mais golos pelo Benfica»

NACIONAL25.10.202422:15

Arthur Cabral enfrenta, sem rodeios, os números abaixo das expectativas, mas diz que não está dececionado e promete ir à luta

Arthur Cabral fez o jogo 50 pelo Benfica esta quarta-feira, diante do Feyenoord, na fase de liga da Liga dos Campeões, e falou do tema em entrevista conduzida por Rui Águas, antigo goleador dos encarnados, a quem o brasileiro até pediu «uma dica».

«É muito especial, 50 jogos numa equipa como o Benfica é de celebrar muito. Estou feliz e orgulhoso, não é para qualquer um, não é uma marca muito grande, mas é o caminho para fazer mais: 100 jogos, 150 jogos, com conquistas, é o meu objetivo», explicou Cabral, no programa Mística a Dois, da BPlay.

Rui Águas quis saber se 12 golos (em duas épocas, a segunda em curso) deixam o brasileiro satisfeito, a resposta não poderia ser mais clara: «Esperava mais, entramos em todos os jogos a pensar em ganhar e tentar ajudar fazendo o que sabemos fazer melhor, marcando golos. Gostava muito de chegar aqui e ter marca mais expressiva de golos, como tive nas equipas em que joguei, mas infelizmente não tenho marca melhor. Não é motivo para estar dececionado, mas para procurar mais golos e evoluir.»

Rui Águas (Foto: RUI RAIMUNDO)

Os números são, pois, importantes para um avançado. «É a realidade, a nossa posição não passa despercebida em campo, outras posições, sim. [Rui] fez muito mais golos, se tiver alguma dica para ajudar…», disse, sorrindo, o ponta de lança de 26 anos, antes de falar do entendimento com os colegas: «Consigo entender melhor os jogadores que estavam cá na época passada, quando Di María tem a bola consigo entender melhor o que pode fazer, Kokçu, Florentino. Com os mais novos ainda estamos a criar entendimento.»

Os golos bonitos também foram tema. O calcanhar e as bicicletas. «Precisamos de ter recursos para marcar, golo de calcanhar ou de bicicleta vale tanto como o golo de carrinho, mas tento ter o recurso para tomar a decisão correta no momento. Se o controlo da bola não sai, pode sair um calcanhar ou uma letra. Acaba saindo algo diferente», observou Cabral, que foi elogiado por Rui Águas pela forma como salta do banco: «Faz parte da mentalidade, queremos jogar sempre, começar jogos, mas mesmo não começando temos de conseguir manter o foco e a motivação e aproveitar os minutos, sejam eles 3, 5 ou 10, para conquistar mais confiança do treinador.»

O golo mais bonito «foi ao Salzburgo, na Champions» e o Benfica «vai marcar». «O meu filho deve ter umas cinco camisolas do Benfica», revelou.