Maniche: «Fernando Santos não tirarava todo o potencial dos nossos jogadores»
Maniche (IMAGO)
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Maniche: «Fernando Santos não tirarava todo o potencial dos nossos jogadores»

SELEÇÃO29.06.202411:13

Antigo jogador abordou a atualidade da Seleção Nacional e elogiou Pepe e Cristiano Ronaldo

Foi há 20 anos que em pleno Euro 2004, realizado no nosso Portugal, Maniche fez o país inteiro vibrar com um golaço diante dos Países Baixos e colocou a Seleção Nacional na primeira final da sua história. Atualmente, já afastado dos relvados, o antigo internacional português é comentador televisivo e, em entrevista ao jornal espanhol AS, abordou o momento da equipa das quinas no Euro 2024.

«Desde o primeiro jogo contra a Chéquia que não tivemos uma boa sensação. A equipa tem muita qualidade e potencial. Os nossos jogadores jogam nos melhores clubes e disputam os grandes títulos. Mas temos de ser uma equipa mais coletiva. É assim que se ganham títulos. As constantes mudanças de Roberto Martínez também não ajudam. Passa de três defesas centrais para quatro, e isso faz com que os jogadores se desliguem», começou por dizer Maniche.

O ex-médio fez, ainda, uma comparação entre o atua selecionador, Roberto Martínez, e Fernando Santos: «Sob o comando de Martínez, temos visto um estilo de futebol mais vivo, dominando mais a bola, porque temos jogadores com muita qualidade. Antes, com Fernando Santos, o plano era mais defensivo. Não se tirava todo o potencial dos nossos jogadores. Com o novo treinador, vimos isso por vezes, mas precisamos de mais continuidade.»

Ainda assim, apesar de reconhecer as dificuldades, considera que Portugal é um dos favoritos à conquista do competição: «Somos candidatos porque temos grandes jogadores que estão habituados a lutar por títulos. Esta geração tem muita qualidade.»

Maniche falou, também dos capitães da Seleção Nacional, Cristiano Ronaldo e Pepe, elogiando a longevidade e o profissionalismo dos jogadores: «É impressionante. Cuidam de si próprios de uma forma hiper-profissional. Só é possível chegar onde chegaram com tanto respeito pela profissão: descanso, trabalho, alimentação... São um exemplo para os jovens.»

«O Crisitano está exclusivamente concentrado em marcar golos. É esse o seu desafio. Também é verdade que faz mais trabalho coletivo, para a equipa, e a dificuldade é maior. Ajuda muito a seleção nacional. Na Arábia é diferente, jogam de forma diferente. Ele vai marcar um golo no Euro, de certeza. Quando se quer marcar, o golo não aparece e quando não se pensa nisso, o golo aparece», concluiu o antigo internacional luso.