ENTREVISTA A BOLA Dalot a um jogo da 25.ª internacionalização: «Orgulho enorme»

Lateral pode atingir marca já em outubro

Diogo Dalot está a apenas um jogo de atingir a 25.ª internacionalização por Portugal. Neste excerto da entrevista concedida a A BOLA, no início da semana em que o Manchester United visita o FC Porto, para a liga Europa, o lateral analisa o percurso na equipa das quinas.

- Está à beira do jogo 25 pela Seleção. Qual a sensação de alcançar essa marca no espaço de dois anos, aproximadamente?

— É um orgulho enorme. Sempre que represento a Seleção é um sentimento muito especial, diferente de quando estás a representar o clube. Não é melhor ou pior, é diferente. Tem um sabor diferente, representar a tua nação, a tua família, carregas uma bandeira às costas que te diz muito. Por isso, para mim, será sempre um orgulho representar a Seleção. Se esse jogo chegar, e acredito que estará próximo, será com muito orgulho, e espero representar Portugal muitas vezes mais.

— Quais os momentos mais marcantes deste trajeto?

— Diria o primeiro jogo, foi especial, ainda para mais na competição que foi, logo um Europeu. Cada vez que jogo pela Seleção é especial. É uma sensação difícil de explicar, mas tem um sabor diferente. Foi importante para mim estar no Mundial também, foi muito bom. Marcar pela Seleção também é sempre bom. No cômputo geral, jogar pela Seleção é sempre especial.

— Teve de esperar um pouco pela estreia na Seleção. Agora é mais titular do que nunca?

— Não, até porque é uma altura em que estamos com um plantel tão bom, tão competitivo, que é isso que torna a Seleção tão forte. Acho que nenhum jogador tem essa sensação de que vai jogar sempre, e isso é importante. Estamos a falar de um lote de 30 jogadores que são todos titulares nos seus clubes, e essa sensação de saberes que estás a competir com os melhores e a defrontar os melhores, dá uma competitividade positiva e mantém-te sempre vivo. É assim que eu gosto de ver, pois faz ter essa competitividade entre todos. É lógico que sei que a posição em que estou agora não é a mesma em que estava quando cheguei à Seleção, mas isso é normal, é a evolução, é fruto do que vais fazendo no clube. Sei que, fazendo as coisas bem no clube, estarei sempre mais perto da Seleção.

— Não é caso único no futebol mundial, sequer na Seleção, mas para o Diogo, que tem feito a carreira toda a alternar entre lateral direito e esquerdo, isso é benéfico ou prejudicial?

— Eu acho que é benéfico. Tentei sempre olhar dessa forma. Há jogadores que podem não se sentir confortáveis, mas eu habituei-me cedo, e vi sempre como algo positivo, pois dava mais soluções, a mim e aos treinadores. Isso torna-me mais completo, diferente, e dá mais opções.

— Para além dos 25 jogos pela Seleção A, está à beira da 100.ª internacionalização, se somarmos também os escalões jovens. O momento mais marcante foi a final do Euro sub-17, ainda para mais com um golo marcado?

— Foi um dos. Foi a primeira grande sensação que tive a representar Portugal. De como é ganhar, de chegar ao aeroporto e ser recebido por adeptos, ter esse reconhecimento a nível nacional. Éramos muito pequeninos, mas tivemos bastantes pessoas a querer saber mais sobre nós, sobre aqueles miúdos que ganharam uma competição importante. Foi a primeira grande sensação que tive, e marcando na final, que é sempre importante, foi especial, sem dúvida. Tornou ainda mais especial o que fomos fazendo a seguir, pois toda a gente quer chegar à seleção principal.

— Como olha para este novo ciclo da Seleção, com a Liga das Nações como rampa de lançamento para o Mundial 2026?

— Precisamente assim. Temos de olhar como um novo ciclo, uma boa preparação para chegar ao Mundial da melhor maneira, sem esconder que temos essa ambição. Temos de pensar grande. Normalmente não dão nada por nós, mas tempos capacidade de lutar, de mostrar que estamos vivos, que estamos entre os melhores. Não escondemos que queremos chegar ao Mundial e ganhar, por isso temos dois anos para o preparar da melhor maneira, e se podermos continuar a evoluir e a ganhar a Liga das Nações, seria perfeito.

Dalot na chegada a Lisboa após a conquista do Europeu de sub-17 (Foto: Sérgio Miguel Santos)