REPORTAGEM A BOLA Como Cristiano Ronaldo só mesmo o carro de Costinha!
Além do hotel da Seleção é o único ponto de distração em Marienfeld; Viatura foi comprada por… um euro no Europeu de 2004; «Aqui é tudo Portugal. Só o óleo é preto», diz; Quer o capô assinado por todos os jogadores como aconteceu em 2006
MARIENFELD – É o único foco de distração das centenas de pessoas que andam em volta do hotel da equipa portuguesa. Não é difícil. O carro de Ramiro Costa, conhecido por Costinha, é ponto de atração. «Este carro tem 37 anos, 300 mil quilómetros, mas isto é um relógio», conta, orgulhosamente, convidando a equipa de reportagem a entrar no pitoresco veículo que tem acompanhado a Seleção desde 2004.
«Aqui não há nada que não esteja pintado com as cores de Portugal. É tudo Portugal. Até o motor. . Só o óleo é que é preto… e mesmo assim não sei porque foi mudado há dias [risos]», começa por dizer, contando algumas das histórias que tem acompanhado o carro mais português da Alemanha.
«Foi adquirido em 2004 depois de termos perdido a final do Europeu em Portugal. Uma cliente minha estava interessada num carro novo e perguntou-me se queria o antigo para tirar peças. E pediu-me um euro! Fizemos contrato e já está. Perdemos com a Grécia, mas fiz a festa em Hagen, cidade onde habito. Depois comecei a fazer brincadeiras com isto. Umas pinturas e o sucesso foi imediato. Tem estado com a equipa em todas as provas. Mesmo em França no Europeu 2016 esteve lá, naquela bela data para a equipa portuguesa», lembra.
«Quero ir a Berlim com ele!»
Somos interrompidos constantemente por adeptos portugueses que querem uma fotografia com Costinha. «Até já arranjei um mealheiro [risos]. Infelizmente não posso ir a jogos com ele senão ainda me estragam o carro. Quero ir a Berlim com ele na final. Quero uma taça levantada aqui em cima. Já em Paris disse o mesmo», deseja, lembrando a passagem portuguesa por terras alemãs em 2006.
Em 2006 todos os jogadores assinaram o capô do carro. Começou com Gilberto Madail, o presidente da FPF na altura, e Figo foi o primeiro a chegar-se à frente. Até saltou um gradeamento para chegar aqui
«Em 2006 todos os jogadores assinaram o capô do carro. Começou com Gilberto Madail e Figo foi o primeiro a chegar-se à frente. «Ele até saltou um gradeamento para chegar aqui. Depois, articulado com a FPF, levaram o carro lá para dentro e todos assinaram. Já aqui tenho o Ronaldo. Se esse capô vale muito dinheiro? Não sei. Não estou interessado em vender. Daqui a 20 anos, se ainda estiver vivo, gostava de um ver no museu», finaliza, deixando, através de A BOLA, um repto aos jogadores:
«Vivo na Alemanha há 40 anos e transporto Portugal no coração. Eles transportam a nossa camisola e eu no dia a dia há mais de 20 anos neste carro. O meu sonho era que parte deles, com as suas assinaturas, andassem comigo daqui para a frente.»