2024, o ano de Pedro Neto
Extremo português merece os favores dos deuses do futebol. Que desta vez sejam justos com ele!
Falhou o Euro-2020 na sequência de uma lesão grave na rótula do joelho esquerdo, que o roubou quase dez meses aos relvados ingleses, e também o Mundial do Catar por nova cirurgia, agora aos ligamentos do tornozelo. Bem falta Pedro Neto fez, das duas vezes, ao futebol sempre demasiado contido, amarrado a si próprio e sem rasgo de Fernando Santos. Que fique claro que não é de hoje, portanto, que o extremo português anda a destruir defesas na Premier League. É só mesmo um regresso do super-herói.
Já esta temporada arrancou mais um fôlego impressionante até à 10.ª jornada, porém uma lesão muscular atirou-o novamente para fora das opções em oito partidas. Voltou, aqueceu a pontaria na Taça de Inglaterra frente a Brentford e West Bromwich Albion, e disse novamente presente com mais uma performance decisiva na receção ao Manchester United há poucos dias, jogo resolvido no fim, com classe, pelo miúdo Kobbie Mainoo.
Já em Stamford Bridge, este domingo, desbaratou por completo a defesa do Chelsea, com participação direta em dois dos quatro golos dos Wolves, embora só se contabilize a assistência na segunda jogada, já que a primeira resultou em autogolo. Foi a oitava no campeonato, o que o iguala a Mo Salah e Pascal Gross, e o coloca a um do especialista de bolas paradas Kieran Trippier. Junta-as a dois tiros certeiros. Tudo somado, é uma ação decisiva a cada 115 minutos no melhor campeonato do mundo.
A poucos meses de nova fase final e mesmo com um outro selecionador, Pedro Neto merece estar da Alemanha. É o seu ano. A conclusão de uma temporada que tem sido e pode terminar brilhante. Não há como não arranjar espaço nos 23 para tamanha velocidade, drible e tomada de decisão. Ele, sobretudo, merece os favores dos deuses do futebol. Que desta vez sejam justos!