Verstappen: «Se a Red Bull não melhorar, não serei campeão em 2025»

FÓRMULA 128.12.202418:12

Piloto neerlandês está ciente do menor rendimento do seu carro em relação ao das principais equipas adversárias e faz um aviso à navegação

Max Verstappen envia recado à Red Bull em tempo de defeso na Fórmula 1. O piloto neerlandês diz que não revalidará o título mundial no próximo ano se a equipa não fizer bons progressos na competitividade do carro.

Questionado sobre as perspetivas para o próximo ano, em entrevista ao jornal neerlandês De Telegraaf, o tetracampeão mundial foi perentório: «Se continuarmos assim, não serei campeão. É tão simples quanto isto. Precisamos mesmo de tomar medidas para sermos competitivos na próxima época. Todos nós sabemos isso».

Embora tenha celebrado o seu quarto título consecutivo com a Red Bull em 2024, Verstappen está ciente de que o sucesso se deveu em grande parte ao início de temporada dominante, que lhe deu uma vantagem confortável na classificação. E que a perda de rendimento subsequente do monolugar permitiu a recuperação da McLaren, que, por Lando Norris, chegou a ameaçar a conquista do Mundial de Pilotos e venceu mesmo o de Construtores, pela primeira vez desde 1998.

Apesar de a Red Bull ter readquirido algum ritmo nas corridas finais do ano, Verstappen reconheceu que a competição está tão renhida que a sua equipa precisa de melhorar de forma mais evidente em 2025. «Confio que a equipa conseguirá resolver os problemas de equilíbrio do carro da época passada. Sabemos que precisamos de ser melhores nos corretores, nos ressaltos e nas curvas lentas. Estes são geralmente os nossos pontos fracos. Se ainda assim formos derrotados, será na velocidade pura», declarou o piloto de 27 anos.

«Mantenho sempre a pressão, também sobre mim próprio. A certa altura, o carro mal se conseguia guiar. Não se lhe podia retirar mais nada», afirmou Verstappen que revelou como contribuiu, no Grande Prémio de Itália, para redirecionar o desenvolvimento do RB20.

«Todos os planos para novas peças que viriam após a corrida em Monza poderiam atirar-se para o lixo», conta. «A equipa começou do zero. Vi alguns gráficos, vi certas alterações aerodinâmicas na forma como entravámos nas curvas, como fazíamos curvas e também termos de altura do carro ao solo. Eram diferentes das do carro do ano passado. Então, disse que era bastante claro o que tínhamos de trabalhar, porque os engenheiros sabiam exatamente o que tinha sido alterado em relação ao carro do ano passado. Disse: ‘Ei, é muito claro que este é o problema!’ E verificou-se que estava certo, segundo ouvi mais tarde da equipa», contou Verstappen.

«Na fase inicial da temporada, ainda estávamos a ganhar as corridas de forma convincente, disse que o equilíbrio do carro não estava como eu queria. Mas, nessa altura, ainda tínhamos uma grande vantagem sobre as outras equipas, que podem não ter tido um inverno tão bom», acrescenta o piloto, que terminou a entrevista com uma crítica aos rivais, sugerindo que parte do seu sucesso se devia ao recurso a artimanhas. «Aconteceram coisas nos bastidores que determinaram que não tivéssemos qualquer hipótese em certas corridas. Eu sei, com certeza, o que aconteceu, mas nunca ninguém o admitirá», concluiu Verstappen.