O que esperar do Grande Prémio de Las Vegas
Placar personalizado para o GP de Las Vegas (IMAGO)
Foto: IMAGO

O que esperar do Grande Prémio de Las Vegas

FÓRMULA 117.11.202314:00

Reações dos pilotos não são as mais positivas; Temperaturas mais frias vão trazer dificuldades às equipas

Para além do chorudo investimento para o nascimento do Grande Prémio, a Fórmula 1 aceitou quebrar uma ‘tradição’ da modalidade: as corridas ao domingo. Pela primeira vez em 38 anos – a última vez foi no GP de África do Sul, em 1985 -, o evento principal da modalidade volta a ser realizado num sábado, para tomar total partido do espetáculo luminoso que a cidade tem para oferecer, reluzindo os icónicos hotéis/casinos, destacando-se ainda a Esfera de Las Vegas – anfiteatro de multiusos. 

Se olharmos para o esquema da pista, não vamos encontrar muitas semelhanças com os restantes circuitos que compõem o ano. 

Esquema da pista do GP de Las Vegas (fotografia: Fórmula 1)

O circuito tem 6.2 quilómetros, o segundo maior do calendário, atrás de Spa-Francochamps (7 km), com 17 curvas, 11 delas para a esquerda e seis para a direita, sendo todas algo idênticas entre si e sem qualquer mudança de elevação, ao contrário da pista belga, por exemplo. Tem ainda a segunda reta mais longa do Mundial, com 1.9 km, 200 metros mais curta do que a de Baku (2,1 km). 

No total, os pilotos vão percorrer uma distância de 310.05 quilómetros, em 50 voltas e, segundo as informações disponibilizadas pela Fórmula 1, a velocidade média vai ser semelhante à de Monza, a pista com a maior média de velocidade do calendário. 

A corrida vai ocorrer às 22h da cidade de Nevada, já no próximo sábado, 12 de novembro (em Portugal será às 6h de domingo), por isso, a temperatura da pista vai ser mais fria do que os pilotos e engenheiros estão habituados. É esperado que o circuito se encontre entre os 8º e 13ºC, o que tornamais difícil o aquecimento dos pneus. Assim, significa que as equipas vão lutar por ter aderência suficiente no alcatrão do circuito, acrescentando outro fator essencial à corrida.

«Vai ser divertido. Vai estar frio. Temos as ferramentas de simulação e trabalhámos o máximo possível para tentar perceber qual será a verdadeira aderência do asfalto. A chave [para vencer a corrida] será quem faz os pneus funcionarem. Não estamos habituados a levá-los a temperaturas tão baixas», afirmou Tom McCullough, engenheiro-chefe da Aston Martin.

Mas a pista em si, não convenceu parte dos pilotos da Fórmula 1. Max Verstappen demonstrou falta de entusiasmo para com o circuito, afirmando não ser interessante porque «não tem muitas curvas», acrescentando que «um carro de F1 é muito mais divertido, com muitas curvas de alta velocidade.» 

Lando Norris, da McLaren, na conferência de imprensa do evento, pareceu concordar com o tricampeão mundial sobre o 'barulho à volta do Grande Prémio. «É definitivamente mais um espetáculo agora do que era há alguns anos. Para ser sincero, só quero vir aqui e conduzir. Nunca fui o maior fã de fazer este tipo de grandes eventos, espectáculos e coisas do género, mas faz parte do trabalho. É um negócio», atirou.

Fernando Alonso, no entanto, mostrou-se mais compreensivo. «Penso que locais como este e com o investimento que foi feito e o local onde estamos a correr, merece um tratamento diferente e um pouco mais de espetáculo» disse o experiente piloto antes de acrescentar: «Não me importo de fazer um esforço extra para este tipo de eventos, mas talvez possa ser equilibrado de alguma forma e reduzir os nossos horários».

Entretenimento e corrida é o nome do fim de semana, por isso, as distrações à volta do Grande Prémio são certamente apostas da organização, que optou pela realização de concertos de nomes sonantes. Só na cerimónia de abertura – na madrugada de quinta-feira em Portugal – verificaram-se breves concertos de John Legend, Journey, DJ Tiësto, J Balvin, Keith Urban, Thirty Seconds to Mars e Steve Aoki e ainda espetáculos de fogo de artifício, sem esquecer as performances do Circo du Soleil.