Antigo corredor norte-americano Tejay Van Garderen, diretor desportivo da equipa EF Education-EasyPost, diz que o esloveno é uma estrela mundial e o ciclismo um desporto planetário, e compara com o «muito mais» que recebem os jogadores da NBA
Tadej Pogacar assinou há poucas semanas o maior contrato da história do ciclismo, garantindo-lhe um vencimento anual de 8 milhões de euros, a pagar pela UAE Emirates até 2028, mas o antigo corredor norte-americano Tejay Van Garderen, diretor desportivo da equipa EF Education-EasyPost, defende que o esloveno é «extremamente mal pago» comparativamente a estrelas de outras modalidades e deveria reivindicar rendimentos aos organizadores ligados ao ciclismo.
Excluindo prémios por objetivos, que também estão contratualizados, o vencedor do Giro, do Tour e do Campeonato do Mundo em 2024 auferirá 48 milhões de euros nos próximos seis anos. No entanto, o Van Garderen, em declarações à NBC Sports, disse que Pogacar é «extremamente mal pago», em comparação com os jogadores da NBA, exemplifica.
Duas vezes quinto classificado na Volta a França (2012 e 2014), Van Garderen andou muito perto das estrelas do pelotão. «Comparado com a época em que eu competia, Pogacar é mais bem pago do que Chris Froome ou Peter Sagan. Estes estavam a receber cerca de 4 a 5 milhões de dólares, mas isso foi em 2012 ou 2013. O jogador da NBA mais bem pago em 2012 foi Kobe Bryant, com 25 milhões de dólares», disse o norte-americano.
O esloveno vai ganhar oito milhões de euros acrescidos de prémios nas próximas seis temporadas e cláusula de rescisão de 200 milhões, após a extensão do vínculo com a equipa UAE Emirates. Números na órbita dos praticados no futebol
«Tadej Pogacar é extremamente mal pago, principalmente pelo que traz à modalidade como superestrela que é. Se olharmos para a NBA, vemos que um jogador que sai do banco recebe 8 milhões por ano. O jogador mais bem pago, Stephen Curry, ganha 45 milhões por ano», explica.
«Está na hora de os rapazes terem o respeito que merecem», continua o ex-corredor da EF Education e da BMC, que se retirou do pelotão em 2021. «Não sei exatamente o que o ciclismo precisa de fazer para recuperar o atraso, mas não me podem vir dizer que não tem público e não gera imensas audiências. O ciclismo é global, chega a qualquer parte do mundo», refere.
«O ciclismo é um desporto que tem número crescente de público em todo o mundo. Se eu fosse o Tadej, usá-lo-ia de uma forma diferente», diz Van Garderen, sugerindo que Pogacar pudesse negociar com os organizadores das competições, reivindicando uma parte das receitas da TV em troca de participação. «Ver-se-ia, então, que os rendimentos financeiros das estrelas do ciclismo aproximar-se-iam das dos craques dos desportos com bola», afirmou.