Quando ter como meta o melhor português «é pensar pequenino»

Volta a Portugal Quando ter como meta o melhor português «é pensar pequenino»

MAIS DESPORTO18.08.202321:32

Com Henrique Casimiro a disputar a vitória na Volta, sendo o único luso no ‘top 5’, José Azevedo, diretor desportivo da Efapel, sublinhou na tarde desta sexta-feira, em Fafe, à chegada da 8.ª etapa – em que o chefe-de-fila da equipa foi nono classificado, e manteve o quinto posto da geral, e de melhor português, a 45 segundos do suíço Colin Stussi (Vorarlberg), não embandeira em arco mas sublinha que sábado, na Senhora da Graça, será de… antes quebrar do que torcer.

«Não estamos na liderança, mas o Henrique Casimiro está a disputá-la, no grupo de quatro ou cinco que podem vencer a Volta. Mas não é o líder. Não sei se a Senhora da Graça será a etapa decisiva´[sábado, a 9.ª e penúltima], mas irá encurtar o lote de candidatos. Temos um respeito enorme por todas as equipas. Estando o Henrique na disputa [quinto da geral, a 45 segundos do líder, Colin Stussi], vamos até ao fim, é lógico e legítimo ter essa ambição», disse o timoneiro da Efapel e glória do desporto luso.

Quem fizer segundo, vai ser sempre segundo», afirmou o diretor desportivo da Efapel, que continua a ter no corredor de Odemira a sua maior esperança – e a de Portugal – em o vencedor ser… nacional.

«Há dias, perguntaram-me se termos o melhor português na Volta era importante. Repito: não é. Antes quero ser segundo do que terceiro. E é essa a nossa mentalidade: não corremos contra alguém, ou fazemos guerras a alguém. Fazemos a nossa corrida, temos de ser calculistas, temos a nossa estratégia. E não devemos insistir nessa coisa do melhor português, menoriza-nos: os outros estiveram sempre aí, e são bons. O desporto atual está tão globalizado que a nacionalidade condicionar até parece que sermos o melhor português nos deixa contentes com isso: esse raciocínio faz-nos pequeninos, a corrida é aberta a todos», foi a alerta que deixou quem sabe do que fala, ou não tivesse, nos seus tempos áureos, corrido basicamente sempre no estrangeiro, num reparo certeiro.

«O camisola amarela, juntamente com o Henrique e o [António] Carvalho são alguns dos mais bem posicionados, mas o [Artem] Nych também está ali, nesse lote. Além do Frederico [Figueiredo], que também é um excelente trepador: apesar de estar alguns segundos atrás, a diferença é recuperável [sétimo posto, a 1m29s]. Deste lote que mencionei, todos estão a um nível muito idêntico», foi o lote ao qual o ‘expert’ reduziu os candidatos à celebração mais desejada, domingo, em Viana do Castelo.

«É a força e a condição física que vai permitir avaliar, domingo, no contrarrelógio final em Viana do Castelo, se o Colin Stussi é ou não bom no ‘crono’, é este o fator primordial, ao fim de 11 dias de prova, que poderá decidir. Está forte, não teve receio nem fraquejou nas subidas até agora, numa demonstração do seu valor, o Stussi» observou José Azevedo em relação a um camisola amarela que parece confortável e imune aos ataques dos demais.

«A Efapel, para a Senhora da Graça, é importante que percebam que para ganhar não significa que tenhamos de atacar desde a partida. O importante é nos momentos cruciais estar lá, e quando é preciso ganhar tempo aos adversários, fazê-lo. Muitas vezes isso surge de uma forma não tão exibicionista, mas eficaz. E no fundo, é isso que conta. Temos a nossa estratégia, confiamos no Henrique, e esperamos que ele esteja ao nível do que esteve até agora», foi a esperança reiterada por José Azevedo em Casimiro.

«Vamos lutar para que o Henrique Casimiro termine esta Volta na melhor classificação possível: se for o primeiro lugar, é excelente; se for o segundo, é segundo. Ele está no grupo de corredores que podem ganhar a Volta a Portugal. Percebo que os adeptos queiram que ganhe um português e puxem mais por isso, mas isso são eles. Se for esse o caso, esperemos que seja mesmo o Henrique», concluiu.