Benfica: o modo correto de se fazer as coisas
Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica (Foto: rui Raimundo)

Benfica: o modo correto de se fazer as coisas

Não haverá um benfiquista, mesmo os que sempre desconfiaram de Vieira, que não defenderá o clube se isso significar uma penalização sem precedentes no futebol português.

A semana na Luz focou-se mais nas conversas jurídicas do que no futebol. Há várias maneiras de se fazer as coisas. A legal, a ilegal e a correta, por exemplo.

Esta última nem sempre é a primeira, para que conste. Se assim fosse não se fariam revoluções, não haveria o 14 de julho em França ou o 25 de Abril em Portugal (bem sei que a maiúscula nos meses é agora erro ortográfico, mas há causa maior que me obriga a ir contra a “lei” da Língua Portuguesa e escrever Abril em capital, neste contexto, é correto fazer-se).

É na legalidade das coisas que se vai saber o resultado da acusação do Ministério Público ao caso dos emails do Benfica. Ninguém sabe como vai acabar o processo no qual a Benfica SAD é arguida, juntamente com o seu antigo presidente, Luís Filipe Vieira, e assessor jurídico, Paulo Gonçalves. Mas eu desconfio.

Não se leia que desconfio porque aos poderosos, e o Benfica é um deles, nunca nada acontece. Não, é porque há cada vez mais uma sensação transformada em certeza de que em demasiados casos na nossa sociedade parece que se interpreta e infere mais do que se prova.

Ainda assim, fosse ou não prática comum noutros “futebóis” (clubes e ligas, cá e lá fora) há sempre uma maneira correta de se executar e os adeptos do Benfica não terão andado agradados com a compra, empréstimo e venda de jogadores dos quais se desconfiava desde cedo que não iam ter um minuto de encarnado e branco. Há mais do que isto nas deduções do MP, mas legal ou não, haveria um modo mais correto de se fazer coisas.  

É quando a equipa de futebol entra em campo que o Benfica se mostra. A cúpula diretiva, quem manda nela – os sócios e, de algum modo, os adeptos –, treinador e jogadores. É essa equipa que, depois do início de temporada com Roger Schmidt, pode trazer alguma paz ao clube depois de mais uma semana conturbada fora dos relvados.

É essencial para o Benfica que se dê seguimento à exibição frente ao Atlético de Madrid, o momento de maior esperança - em muito tempo no universo encarnado - de que o estado de situação pode mudar na Luz. Não haverá um benfiquista, mesmo os que sempre desconfiaram de Vieira, que não defenderá o clube se isso significar uma penalização sem precedentes no futebol português.

 Em resumo, Vieira nunca percebeu que ao Benfica não lhe bastava parecer ser grande, era preciso sê-lo. Em resultados e no modo!

Nesse aspeto, Lage goleia o presidente que o despediu. Sabe que o Benfica não pode defender como equipa pequena na Champions, como sabe que vencer é prioritário…jogando bem. Esse é o modo correto de uma equipa do Benfica fazer as coisas.

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