Ciclismo La Fleche Wallonne é a penúltima clássica das Ardenas
A La Fleche Wallonne, que faz parte do calendário World Tour desde 2009, é a segunda das três clássicas das Ardenas, disputada a meio da semana (quarta-feira dia 19/04), que antecede Liége-Bastogne-Liége que se corre domingo (23/04) e encerra o ciclo das corridas da primavera na Bélgica.
Rui Costa (Intermarché) e Ruben Guerreiro (Movistar) encontram-se pré-inscritos, o melhor resultado dos portugueses pertence a Acácio da Silva que foi 4.º em 1985, seguido de 5.º José Azevedo em 2002 e 7.º Ruben Guerreiro em 2022.
A corrida foi criada para aumentar as vendas do jornal “Les Sports” no decorrer da década de 1930, a sua primeira edição data de 13 de abril de 1936, entre Tournai e Liége na extensão de 236 km e foi dominada pelos belgas, a vitória pertenceu a Philémon De Meersman que bateu ao sprint Alphonse Verniers, com Camille Michielsen a completar o pódio que gastou mais 23 segundos.
Ao longo dos anos o percurso mudou por várias vezes os locais de partida e chegada, assim como a quilometragem da clássica, em 1939 a corrida teve partida de Mons, em 1948 mudou para Charleroi, a partir de 1960 a prova correu-se em sentido contrário, começando em Liége e finalizando em Charleroi. Durante alguns anos o evento começou e terminou na mesma cidade, Verviers entre 1974 e 1978, Huy entre 1983 e 1985, desde 1990 que a distância percorrida não ultrapassa os 210 km.
Desde a sua criação apenas por duas vezes a Fleche Wallonne não se realizou, em 1940 por causa da II Guerra Mundial e 2020 devido à pandemia de covid-19.
O recordista da competição é o espanhol Alejandro Valverde, com cinco vitórias em 2006, 2014, 2015, 2016 e 2017, que foi segundo por três vezes em 2007, 2018 e 2002 e terceiro em 2021, totalizando nove pódios.
Seguem-se cinco ciclistas que venceram por três vezes: Marcel Kint (BEL) em 1943, 1944 e 1945, Eddy Merckx (BEL) em 1967, 1970 e 1972, Moreno Argentin (ITA) em 1990, 1991 e 1994, David Rebellin (ITA) em 2004, 2007 e 2009, Julian Alaphilippe (FRA) em 2018, 2019 e 2021. Por países a Bélgica regista 39 vitórias, seguida da Itália 18, França 11, Espanha e Suíça 3.
O percurso da 87.ª La Fléche Wallonne inicia-se em Herve e finaliza no Muro de Huy depois de percorridos 194,2 km, com onze subidas em que três serão ultrapassadas por três vezes. Antes de entrar no circuito ao qual serão dadas três voltas que totalizam cerca de 100 km, o pelotão enfrenta a Côte de Trasenster aos 30,3 km e Côte des Forges aos 39 km.
As principais dificuldades encontram-se nas subidas, Côte d’Ereffe, Côte de Cherave e Muro de Huy, situadas nos últimos 18,5 km.
A Côte d’Ereffe tem a extensão de 2,1 km com a inclinação média de 5%, segue-se a Côte de Cherave com 1,3 km com o desnível de 8,5% e Muro de Huy com 1,3 km a 9,6% com rampas de 14% na entrada dos últimos 400 metros.
Participam 25 equipas, às 18 WorldTeams juntam-se Bingoal-WB, Burgos-BH, Kern-Pharma, Israel-Premier Tech, Lotto-Dstny, TotalEnergies e Uno-X.
Depois de ter vencido ao Volta a Flandres e Amstel Gold Race, Tadej Pogaçar é o mais forte candidato, perfilando-se como fortes opositores, Tom Pidcock, David Gaudu, Neilson Powless, Sérgio Higuita, Giulio Ciccone, Benoit Cosnefroy, Michael Woods, Ben Healy, Tiesj Benoot, Ruben Guerreiro, Bauke Mollema, Kobe Goossens, Rui Costa, Alexey Lutsenko e Andrea Bagioli.
Prova feminina com três passagens pelo Muro de Huy
Desde 1998 que se realiza a corrida feminina, entre 1999 e 2015 fez parte da Taça do Mundo feminina, em 2016 passou a integrar o calendário World Tour feminino, habitualmente começa e termina em Huy.
O percurso deste ano com a distância de 127,3 quilómetros não apresenta grandes alterações, antes de entrar no circuito que será percorrido por duas vezes, tem uma primeira passagem pelo Muro de Huy, seguindo-se a dupla passagem pela Côte d’Ereffe, Côte de Cherave e Muro de Huy onde se encontra a meta final.
No pelotão com 24 equipas destacam-se os nomes de Annemiek Van Vleuten, Demi Vollering, Silvia Persico, Liane Lippert, Elisa Longo Borghini, Juliette Labous, Mavi Garcia, Katarzyna Niewiadoma, Shirin Van Anrooij, Grace Brown, Soraya Paladin e Pfeiffer Georgi, como candidatas à vitória.
A neerlandesa Anna Van Der Breggen que abandonou o ciclismo de competição no final de 2021, é recordista da competição com sete vitórias, 2015, 2016, 2017, 2018, 2019, 2020 e 2021, seguida da sua compatriota Marianne Vos com cinco triunfos, 2007, 2008, 2009, 2011 e 2013, o ano passado a vitória pertenceu à italiana Marta Cavalli (FDJ), seguida de Annemiek Van Vleuten (Movistar) e Demi Vollering (SD-Worx).
Daniela Reis foi a única portuguesa que marcou presença na Fleche Wallonne, em 2017 foi 79.ª e em 2018 desistiu devido a uma queda.
Em 25 edições a Bélgica conseguiu 12 vitórias e lidera por países, seguida do Reino Unido e Itália 4, França 2, Canadá, Alemanha e Estados Unidos com uma.