Catarina não chega ao bronze no Grand Slam do Tadjiquistão numa decisão, no mínimo, duvidosa   

Catarina não chega ao bronze no Grand Slam do Tadjiquistão numa decisão, no mínimo, duvidosa   

JUDO03.05.202413:22

Vídeo-árbitro considerou que a portuguesa se apoiara na cabeça, o que é proibido, para evitar a queda. Costa e Milica Nikolic haviam-se defrontado há uma semana no Europeu na luta pelo 3.º lugar.

Catarina Costa (-48 kg) terminou, esta sexta-feira, o Grand Slam de Dushanbe de judo no 5.º lugar ao perder o combate pela medalha de bronze frente à sérvia Milica Nikolic (5.ª do ranking) e após ter sido desclassificada por o vídeo-árbitro ter considerado que a portuguesa apoiara o corpo com a cabeça para não cair de forma a que adversária pontuasse após uma projeção aos 1.40m.  

A própria Nikolic, que há uma semana havia perdido a luta pelo bronze contra a judoca da Académica de Coimbra no Europeu de Zagreb, ficou surpresa e após sair do tatami não quis festejar, assim como seu treinador, apesar de ter garantido que iria estar no pódio.  

Tendo entrado bastante forte no confronto, colocando Catarina (8.º) em dificuldade com fortes pegas que mantinham a portuguesa em inferioridade e limitada a ações defensivas, foi num momento em que Costa já começara a conseguir responder que, em mais um forte ataque, Milica tentou a projeção e ao cair sem grande controlo a cabeça de Catarina foi ao chão, mas sem que a usasse fazendo pressão sobre o pescoço – o que é proibido - para evitar que caísse de lado ou de costas.

O árbitro no tapete pediu para que o momento fosse revisionado em vídeo e a decisão que veio foi hansokumake, ou seja, desqualificação imediata.

Foi a oitava vez, desde 2018, que as duas se encontraram no Circuito Mundial com a sérvia a conseguir colocar o score em 4-4. Como foi referido, o último combate acontecera no Euro da Croácia da passada semana em que Catarina garantiu o 3.º lugar, terceiro pódio no evento em três edições consecutivas, graças a um wazari.

SELEÇÃO NACIONAL

Femininos
-48 kg: Catarina Costa, 5.ª classificada (2 v-2 d)
-52 kg: Maria Siderot, 9.ª classificada (1 v-1 d)
-57 kg: Telma Monteiro, 9.ª classificada (1 v-1 d)
-63 kg: Bárbara Timo, sábado -D. Liluahsvili (Rus)
-70 kg: Taís Pina, sábado - S. Nazarova (Uzb)
-78 kg: Patrícia Sampaio, domingo - Tatarchenko (Rus)

Masculinos
-60 kg: Rodrigo Lopes , 7.º classificado (1 v-2 d)
Selecionador: Marco Morais

Isenta da ronda inaugural, Catarina teve como primeira adversária a azeri Leyla Aliyeva (23.ª), a qual ultrapassou ao impor um terceiro castigo após 5.31m de luta.

Seguiu-se a eslovena Marusa Stangar (16.ª) nos quartos de final, que conseguiu, em dois momentos separados por poucos segundos, imobilizar a pupila de João Neto e acabar por ganhar por ippon, o transportou Costa para a repescagem face à espanhola Eva Perez (88.ª do ranking). Confronto dominado e resolvido pela olímpica lusa depois ter conseguido um wazari a 1.07m do fim.

Oitava classificada quer no ranking mundial como no de qualificação olímpica para Paris-2024, Catarina Costa, de 27 anos, garantiu assim 360 pontos, mais 10 do que ter sido bronze no campeonato da Europa, na caminhada olímpica. Objetivo que está mais que que garantido, mas o desejo é competir na capital francesa como cabeça de série (top 8) da sua categoria. Em Tóquio-2020 ficou a uma vitória da medalha de bronze.