Famalicão-Estrela da Amadora (MANUEL FERNANDO ARAÚJO/LUSA)
Famalicão-Estrela da Amadora (MANUEL FERNANDO ARAÚJO/LUSA)

Famalicão-E. Amadora, 0-0 Zero da inoperância, da abnegação e do sacrifício (crónica)

NACIONAL25.01.202518:25

Tricolores apresentaram-se no Minho com muitas limitações e uma equipa 'de contingência' que resistiu e levou um ponto para a Reboleira; minhotos assumiram o jogo, mas revelaram-se inoperantes e não conseguiram marcar

A perspetiva para este embate era de cinzentismo: o Famalicão entrava ainda em crise de confiança face à longa sequência de encontros sem vencer – já ascendiam a nove – e o seu técnico, Hugo Oliveira, ainda não conseguiu triunfar desde a sua chegada. No outro lado, muitos condicionalismos no Estrela da Amadora, que se apresentava em jogo com praticamente meio plantel fora de combate.

A lista de indisponíveis dos tricolores era vasta: Brígido, Miguel Lopes, Juan Mina, Léo Cordeiro e Kikas recuperam de um surto gripal, Jovane Cabral e Mamede encontram-se lesionados, Leonel Bucca cumpria um jogo de castigo, João Costa, Fábio Ronaldo e Amine aguardam pela efetivação da sua inscrição e Danilo Veiga encontra-se em trânsito, rumo ao Lecce. Muitas ausências que obrigavam José Faria a apresentar um onze de contingência.

Um Estrela combativo e abnegado que levou a água ao seu moinho muito devido à inoperância do Famalicão que, atendendo às dificuldades do opositor, assumiu as despesas do jogo desde os instantes iniciais mas raramente conseguiu levar real perigo à baliza adversária. Na verdade, conseguiram-no apenas por uma vez, aos 41’, e de forma quase acidental, num cruzamento-remate de Gustavo Sá que obrigou o estreante Gudzulic a afastar para canto.

O Estrela, por seu turno, apenas se tinha ficado por um único remate enquadrado, de Caio, aos 16’, e um livre ainda muito distante da baliza batido por Keliano aos 36’, mas imperar o nulo sem que o Famalicão se mostrasse particularmente inspirado. Ainda assim, os minhotos conseguiam visar a baliza adversária, ao contrário do que havia sucedido nos primeiros 45 minutos. Van de Looi, aos 55’, deixava o aviso.

Hugo Oliveira deitou mão às opções que tinha no banco de suplentes e os locais aproximaram-se por mais duas vezes do golo – Sorriso, de livre direto aos 63, e Gustavo Sá para grande defesa de Gudzulic, com o pé esquerdo, aos 74’ – mas a abnegação e o espírito coletivo do Estrela prevaleceram e seguraram o nulo. Saboroso, face às circunstâncias.