Vimararenses estão 100% vitoriosos nos jogos europeus, ao contrário do que acontece no campeonato português, somando quatro vitórias, duas derrotas e um empate. Ausência de um marcador consistente pode explicar esta disparidade
O Vitória de Guimarães atravessa uma fase de contrastes evidentes entre o desempenho interno e o europeu nesta temporada. Nas sete partidas (seis de qualificação e uma na fase regular) disputadas na Liga Conferência, a equipa somou vitórias em todos os encontros, com 20 golos marcados e apenas um sofrido. Este registo avassalador, no entanto, não se reflete no campeonato português, onde emblema vimaranense venceu apenas quatro dos sete jogos, somando um empate e duas derrotas, com um saldo de sete golos marcados e seis sofridos.
Um dos fatores que poderão explicar esta disparidade é a ausência de um marcador consistente na Liga. Ricardo Mangas, o melhor marcador da equipa até agora com quatro golos, todos apontados na fase de qualificação da Liga Conferência, já não faz parte do plantel desde início de setembro, tendo rumado ao Spartak Moscovo. Dois dos seus golos foram frente ao Floriana (2), Zurique e Zrinjski Mostar, mas não chegou a marcar no campeonato.
Após vencer o SC Braga no dérbi minhoto, o Vitória de Guimarães alcançou 12 pontos em cinco jornadas, o melhor arranque desde 1997/98. A equipa mantém-se sólida defensivamente, ocupando o segundo lugar e a apenas três pontos do líder Sporting
Nélson Oliveira, que contabiliza três golos, marcou apenas uma vez na Liga, frente ao Arouca, sendo os restantes tentos repartidos entre o Zurique e o Zrinjski Mostar. Gustavo Silva e João Mendes, com dois golos cada, também têm contribuído apenas a nível europeu, com exceção do médio português, que marcou um golo na importante vitória sobre o SC Braga (2-0). Já Manu Silva e Kaio César também inscreveram o seu nome na lista de marcadores, mas o extremo brasileiro é o único desta dupla que marcou no campeonato, frente ao Famalicão.
Esta falta de consistência ofensiva é, sem dúvida, um dos motivos para o rendimento mais modesto na Liga. O Vitória de Guimarães tem dependido de uma pluralidade de jogadores para fazer golos, mas nenhum conseguiu firmar-se como o goleador de referência na prova nacional. Em contraste, a campanha europeia tem demonstrado uma eficácia implacável, onde o conjunto vimaranense parece encontrar uma fluidez de jogo e uma capacidade concretizadora muito superior.
Com um duelo frente ao Boavista a aproximar-se, a principal incógnita é se a equipa de Rui Borges conseguirá transportar o fulgor europeu para o contexto doméstico ou se continuará a lutar para encontrar a fórmula certa que lhe permita competir ao mais alto nível também na Liga.