Sporting: Mercado, Vítor Baía, contrato: saiba tudo o que disse Rúben Amorim
Rúben Amorim (Carla Carriço/ASF)

Sporting: Mercado, Vítor Baía, contrato: saiba tudo o que disse Rúben Amorim

NACIONAL12.01.202413:40

Treinador do Sporting fez a antevisão do jogo da 17.ª jornada, frente ao Chaves, agendado para amanhã, sábado, às 18 horas, que terá arbitragem de Luís Godinho (AF Évora)

- Nos últimos dois jogos o Sporting jogou contra equipas que tinham uma pressão alta. Acredita por aquilo que é a posição do Chaves, e também pelas ideias do treinador Moreno, que vai ser um bloco mais baixo? O Coates fez cerca de 25 minutos diante do Tondela, poderá estar nas opções para este jogo? 

- O Seba [Coates] sentiu-se bem, obviamente não tivemos muito tempo para obervações, ele fez o último treino antes do jogo passadas quatro semana, o jogo já estava controlado, não teve muito trabalho. Voltou a treinar esta semana e, portanto, está apto e cada vez melhor. Em relação ao Chaves, sabemos que vai ser difícil. Acho que vamos encontrar, pelo menos no início, um bloco mais baixo, até porque basta ver também o jogo do Portimonense, as duas grandes oportunidades que o Portimonense teve, ganhámos justamente, mas podíamos ter empatado ou até perdido, caso tivéssemos sofrido aquele segundo golo... Portanto, espero um jogo com um bloco mais baixo, à espera das transições. Um jogo onde há um avançado que já tem nove golos numa equipa que tem 18, é muito forte de cabeça. Acho que eles vão cruzar muitas bolas e vão criar-nos problemas, isso foi um fator que trabalhámos. E basta ver o jogo deles no Dragão, a forma como jogaram. 

- Em relação a Koba Koendredi, alvo do Sporting para o meio-campo, o que pode dizer?

- Não vou dizer nada sobre o mercado, não vou dizer nada. Estou muito focado no jogo com o Chaves e não a pensar nos novos jogadores [risos]

- No último jogo com o Tondela disse que o golo sofrido também teve muito que ver com a situação de a equipa estar a ganhar uma margem folgada e acaba por haver algum tipo de relaxamento. É fácil manter a concentração quando o Sporting vai defrontar o último classificado? Houve algum trabalho especial feito nesse sentido? 

- Sim, as pessoas podem pensar nisso. Eu diria até que é normal. Os jogadores têm que ser chamados à atenção e nós fizemos isso durante a semana. O relaxamento, até acho que o golo do Tondela podia ter sido evitado, mas nem foi dos jogos em que senti que a equipa relaxou. O golo já aconteceu noutras situações, temos de melhorar na bola parada. Obviamente aquilo que estou a dizer aqui disse dez vezes aos jogadores, que nestes jogos temos que perceber o ambiente que vamos enfrentar, um jogo com frio, sem aquele conforto de jogar em Alvalade, temos tido excelentes exibições, há que manter. O Chaves sabe que estes jogos são um extra, porque eu já estive do outro lado. Os jogadores foram avisado. Temos de ganhar o nosso jogo para manter o primeiro lugar. É isso que vamos fazer. Podemos perder o jogo se não estivemos no máximo.

- Nos últimos nove jogos nunca apostou na mesma tripla de centrais. Significa que gosta de ter os jogadores sempre preparados? A partir do próximo mês gostava de ter mais opções para poder dar mais descanso aos médios? 

- Vamos ver... Temos rodado os médios e temos tido atenção ao Morita, que é o jogador que mais dificuldades tem no terceiro jogo da semana, e temos jogadores para isso. Gostamos de ter toda a gente preparada e a pensar que pode perder o lugar, mas também devido às lesões temos mudado muito. Houve uma fase em que mudávamos muito na frente e mantínhamos sempre os centrais. Temos tido atenção ao adversário, o que faz com que a escolha recaia sobre um central ou outro, juntamente com as lesões, o que nos limita as escolhas. 

- Vítor Baía, administrador da SAD do FC Porto, disse que Gyokeres devia ter sido expulso mais vezes no campeonato. Que comentário lhe merece esta afirmação. 

- Não me recuso a defender os meus jogadores, mas recuso-me a comentar palavras de pessoas de outros clubes. Os jogadores sabem que os defendo. Já falei várias vezes que até talvez no aspecto da arbitragem eles sintam que não os defendo, mas acho que a melhor maneira de defender os jogadores é ser como sou, e não vou mudar. Defendo-os bastante quando é para renovar contratos, quando é para essas coisas que mudam a vida deles, aí aposto que sou o melhor treinador que já tiveram. 

- Há um ano estava aqui a dizer que se o Sporting quisesse que saísse não iria querer que lhe pagassem o resto do contrato. Já fez uma comparação em relação ao ano passado?

- Se o clube não quiser contar comigo no futuro, não terá de pagar mais nada. Palavra de honra. Está estipulado uma coisa parecida no contrato. É uma coisa que me liberta bastante, mas não penso nisso. Revelar [risos]? São coisas minhas. O que posso dizer é que tenho uma relação tão boa com o Sporting que no dia em que não quiserem que eu continue não terão de pagar nada, até porque é algo pesado no contrato. Comparativamente ao ano passado há uma grande diferença com os objetivos em que estamos. Estamos na Liga Europa, estamos na Taça de Portugal, estamos na final four da Taça da Liga e estamos em primeiro lugar no campeonato. O foco agora passa por Chaves. Houve uma evolução grande na equipa. A equipa está mais forte.

- À entrada para a última jornada da primeira volta o Sporting é líder. É consensual que tem praticado um bom futebol. Esta época, de todas as que leva aqui, é a em que mais acredita no título e seria aquela em que a desilusão seria maior caso o Sporting não alcançasse esse objetivo? 

- Acredito sempre. No primeiro ano não acreditei tanto, por estar a tentar salvar a próxima jornada. Fiquei sempre desiludido quando não ganhámos o campeonato. O segundo classificado tem menos um ponto, outro cinco... Muita coisa vai mudar. Todos os jogos têm sido muitos difíceis, principalmente fora de casa. E como nós sofremos sempre um golo, diria que estou bastante preocupado. O foco é só ganhar este jogo e nada mais do que isso. Hoje está tudo muito bem, mas basta passar para segundo lugar e tudo muda, portanto, diria que a expectativa é grande, mas ainda há muito trabalho a fazer e há que manter as coisas como estão. É maior do que no ano passado, mas não sei se é maior do que há dois anos, quando ficámos no segundo lugar e acreditava-se muito na equipa e acabámos por não conseguir. Tenho noção de que a expectativa é grande: vê-se também nos pormenores. Vamos jogar fora de casa e a dois dias esgotam os bilhetes. Isso é um sintoma de que toda a gente acredita na equipa. 

- Em relação a Edwards, está apto para jogar em Chaves

- O Marcus [Edwards] está em dúvida. Não treinou ontem. Hoje fez uma pequena coisa. Sente-se em baixo, mas vai viajar connosco, porque são coisas que se recuperam de um momento para o outro. É um jogador que tanto a titular quer a sair do banco pode fazer a diferença.

- Em relação à falta de um médio de transporte no plantel, que até são as características de Koendredi, o que pode dizer? Quanto a Essugo, será emprestado? 

- Faremos essa avaliação depois. Jogamos de forma diferente. Antigamente tínhamos de levar a bola para a frente, agora temos um jogador [Gyokeres] que nos leva para a frente. A nossa posse de bola também aumentou. Temos de ir ajustando os novos jogadores à realidade. Não sei se falta um jogador com essa capacidade, mas tudo o que fizermos serão jogadores a pensar no presente e no futuro. Essugo? Todos os jogadores melhoram a jogar. Não acredito que alguém que esteja só a treinar... Perde a motivação. Pode haver esse acerto. Estamos muito satisfeitos com ele, mas ele tem dificuldade em entrar na nossa equipa porque os nossos médios têm demonstrado grande capacidade, se houver essa hipóteses, diria que poderíamos estar abertos a que o Essugo pudesse jogar mais. 

- Referiu que as maiores dificuldades que o Sporting tem sentido é fora de casa, seguem-se dois jogos fora, o rival está um ponto, este pode ser um momento decisivo do campeonto? 

- Sim, acho que isso é muito claro, mas não só na viragem do campeonato, como até toda a gente voltar. Temos uma sequência de jogos que depois poderemos gerir de outra forma, para manter todas as competições. Temos de entender é que não haja uma grande diferença na forma de jogar. Diria que fora de casa teremos de jogar os jogos não jogando tão bem, ou de forma bonita, mas temos de os ganhar. Aí entram outras coisas: a força, o querer... É uma fase sensível e temos de arranjar formas de vencer os jogos.