Seleção feminina: mudanças na convocatória são «caminho normal e orgânico»
Foto: FPF.

Seleção feminina: mudanças na convocatória são «caminho normal e orgânico»

Francisco Neto justificou as mudanças relativamente à anterior convocatória de Portugal para o duplo compromisso pela Liga das Nações feminina

Uma estreia, uma ausência notada e três regressos marcaram a convocatória de 25 jogadoras que irão representar Portugal no duplo compromisso com a Áustria, pelas terceira e quarta jornadas do Grupo da Liga das Nações feminina.

Relativamente à última convocatória anunciada, para os confrontos ante França (derrota por 2-0, em Valenciennes) e Noruega (vitória por 3-2 em Barcelos), os destaques centram-se na estreia em convocatórias na seleção principal para Maria Miller, a ausência, por lesão, de Carole Costa, e os regressos de Mariana Azevedo e das experientes Jéssica Silva e Carolina Mendes.

As várias mexidas foram consideradas normais e «um caminho orgânico» pelo selecionador nacional, que defendeu que a equipa portuguesa «não é um espaço fechado».
«Isto não é um processo de renovação, é o caminho normal e orgânico do que é um espaço de seleção. Vêm, saem, voltam, é profissionalismo e aquilo que queremos em função do que são as estratégias, os adversários e em função do que são também as lesões e o espaço que queremos dar às jogadoras», justificou.

A ausência de Carole Costa, defesa central que se assumiu a principal figura da última vitória alcançada sobre a Noruega com dois golos marcados, mereceu um comentário particular de Francisco Neto, que reconheceu a perda que representa a ausência da defensora de 33 anos.
«É inegável e não vale a pena esconder, estamos a falar possivelmente da jogadora, ou das jogadoras, que nos últimos anos mais minutos tem na Seleção Nacional e no seu clube e na Europa. Por isso, facilmente percebemos a importância da Carole», assumiu.

Sem poder contar com Carole, Portugal promoveu a primeira chamada de Maria Miller, defesa central/médio defensivo internacional por todos os escalões de formação até à equipa sub-23  nacional a quem o técnico nacional direcionou elogios.
«Tem feito o percurso na equipa sub-23, algo muito importante, este ano com a alteração de clube está a ter os seus minutos (ndr: transferiu-se do Famalicão para o SC Braga este verão) e é uma jogadora que em termos de versatilidade pode jogar tanto a defesa central como a médio», assinalou, satisfeito com a sua progressão.

Francisco Neto manifestou também a sua satisfação por poder voltar a contar com Carolina Mendes e Jéssica Silva, que registam 116 e 105 internacionalizações pela equipa das Quinas, respetivamente.
«São dois regressos importantes, duas jogadoras que conhecem bem a nossa ideia de jogo e conhecem muito bem a nossa dinâmica interna. Queremos que venham aportar e ajudar», declarou.

O técnico nacional considerou particularmente importante valorizar o poderio do adversário que Portugal irá defrontar neste duplo mano-a-mano, a Áustria, menos mediática que os restantes oponentes, França e Noruega, mas também bastante capacitada.
«Internamente, tenho a certeza absoluta de que as jogadoras têm a noção do que é a Áustria. Não podemos esquecer-nos que neste momento continuamos a ser a equipa de Pote 4, a Áustria é a equipa de Pote 3», recordou.

No final, Francisco Neto aproveitou a presença do selecionador nacional masculino, Roberto Martínez, na conferência – sentou-se logo na primeira fila do Auditório n.º1 da Cidade do Futebol - para elogiar a carreira da equipa masculina e também seguir os seus passos.
«Não é fácil ganhar a nível internacional e fazê-lo com a consistência que eles têm vindo a fazer e com qualidade. Por isso, é esta a mensagem que passamos às jogadoras e é isto que também queremos fazer», deixou, em jeito de reconhecimento e também de ambição para o futuro.

Francisco Neto e Roberto Martinez, selecionadores nacionais das equipas portuguesas feminina e masculina, à conversa. Foto: FPF.