Segundas épocas de Schmidt: o que está a ser diferente no Benfica
Roger Schmidt perdeu os dois últimos clássicos de forma consecutiva, um deles com goleada (0-5) no Dragão (Foto: João Bravo/IMAGO)

Segundas épocas de Schmidt: o que está a ser diferente no Benfica

NACIONAL05.03.202419:00

Trajeto do técnico nos outros clubes foi sempre ascendente, ao contrário do que acontece atualmente; o ‘problema’ de ter feito a melhor temporada de estreia na Luz

Nada está perdido, mas se o Benfica não vencer mais troféus esta época (conquistou a Supertaça no verão, frente ao FC Porto) irá romper com o histórico pessoal de Roger Schmidt, visto que as segundas épocas do treinador alemão foram sempre melhores que as primeiras nos clubes onde esteve mais de uma temporada.

Tanto na percentagem de vitórias como nos títulos, o trajeto foi sempre ascendente na Áustria, Alemanha, China e Países Baixos.

No Salzburgo ficou em segundo lugar em 2012/2013, foi às meias-finais da Taça e ficou-se pela segunda pré-eliminatória de acesso à Liga dos Campeões, enquanto na época seguinte foi campeão, conquistou a Taça e atingiu os oitavos de final da Liga Europa.

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Quando se mudou para Leverkusen o percurso foi proporcionalmente semelhante: na primeira temporada (2014/2015) ficou em quarto lugar na Bundesliga, foi aos quartos de final da Taça da Alemanha e caiu nos oitavos de final da Liga dos Campeões, ao passo que um ano depois terminou o campeonato em terceiro lugar, caiu na Taça nos quartos de final e foi aos oitavos de final da Liga Europa.

Na China, ao serviço do Beijing Guan, a primeira temporada também foi um aquecimento para o resto: nono lugar e oitavos de final da Taça em 2017, quarto lugar no campeonato e conquista da Taça em 2018, segundo classificado, quartos de final e afastado da fase de grupos da Champions asiática.

De regresso à Europa, a segunda temporada no PSV também foi superior à primeira: em 2020/2021 ficou em segundo lugar na Eredivisie, não passou dos quartos de final da Taça e caiu nos 16 avos de final da Liga Europa, enquanto em 2021/2022 conquistou a Taça e a Supertaça, manteve o segundo lugar na liga neerlandesa e na Europa atingiu os quartos de final da Liga Conferência.

O Benfica representou, pois, uma exceção na carreira do técnico germânico de 56 anos, tendo em conta que nunca Roger Schmidt fizera uma temporada de estreia tão boa num clube – sagrou-se campeão, atingiu os quartos de final da Champions e obteve a melhor percentagem de trunfos numa temporada (76%). Atualmente contabiliza 69%, mesmo assim o terceiro melhor registo, em média, apenas atrás dos 72% da segunda época no Salzburgo e igualando a segunda temporada em Eindhoven.