3 março 2024, 23:12
Roger Schmidt: «Não é motivo para pedir desculpa aos adeptos»
Treinador do Benfica lembra que a equipa «não fez de propósito»
Alemão parece não ter ainda percebido bem o que é o Benfica; se não tiver humildade para arrepiar caminho, pode acabar mal...
Quando uma equipa perde por 5-0, nunca é fácil ao treinador explicar as razões do desmoronamento, e esta dificuldade aumenta na proporção da dimensão do clube derrotado.
Portanto, dissesse o que dissesse, Roger Schmidt nunca colheria a simpatia dos benfiquistas, feridos no orgulho pela manita aplicada pelo FC Porto.
Aliás, a única forma efetiva do técnico alemão controlar os danos, será através de um resultado positivo e uma exibição convincente, quinta-feira, na Luz, frente ao Rangers.
Porém, apesar de estar em Portugal há mais de ano e meio, e de viver por dentro o dia-a-dia do Benfica, Roger Schmidt parece, em demasiadas ocasiões, não ter percebido em toda a extensão a exigência que está associada a quem representa o clube da Luz.
3 março 2024, 23:12
Treinador do Benfica lembra que a equipa «não fez de propósito»
Depois do naufrágio do Dragão, enquanto Rui Costa pedia desculpa aos associados, não só pela desilusão pela goleada, mas também pela pobre imagem deixada, Roger Schmidt disse o seguinte: «Não é para pedir desculpas, não fizemos de propósito.»
Bom, se tivessem feito de propósito, ninguém estaria a falar de desculpas, mas sim de despedimento com justa causa, processo em tribunal por gestão danosa, e investigação da Liga por atentado à integridade da competição.
3 março 2024, 23:25
Presidente do Benfica dirigiu-se aos adeptos após a hecatombe da equipa no Dragão (0-5). Prometeu reação já frente ao Rangers, para a Liga Europa
É evidente que o treinador e os jogadores não fizeram de propósito, nem foram humilhados porque lhes apeteceu, mas por causas táticas, técnicas, físicas e anímicas.
E é sobre esta matéria que Roger Schmidt deve debruçar-se, se quiser salvar uma época onde se mantém na Taça de Portugal e na Liga Europa, e segue em segundo na Liga, com seis pontos de avanço sobre o FC Porto.
Se o treinador alemão não tiver humildade para reconhecer os erros de avaliação que tem cometido (tem-se mostrado incapaz de suprir o adeus de Gonçalo Ramos e Grimaldo, não foi capaz de potenciar Kokçu ou Arthur Cabral, falhou quando quis integrar João Mário no duplo-pivot, e nunca encontrou equilíbrio na direita, onde Di María ataca como um Angel, mas contribui pouco para a causa defensiva), é provável que venha a conhecer um outro Benfica, de que só vislumbrou breves trechos.
Para já, a dez jogos do fim da Liga, embora o título se afigure improvável, ainda pode terminar a época com saldo positivo.
Mas será que expressões como dar o braço a torcer ou autocrítica fazem parte da sua forma de ser e estar?