SC Braga: «Djaló já se diferenciava dos outros»

Gabriel Silva era preparador físico dos juniores do SC Braga aquando da chegada do avançado espanhol; ascensão não o surpreende, assim como o regresso a Bilbau; elogia capacidade de drible do jovem jogador

Gabriel Silva, atual treinador adjunto do Trofense, era preparador físico dos juniores do SC Braga quando Álvaro Djaló chegou ao clube, em 2017/18, e viu logo algo de especial no avançado.

«Dava para ver que tinha alguns fatores que o diferenciavam dos outros, que ainda hoje se evidenciam, como a capacidade de drible no um para um e a velocidade», começou por dizer a A BOLA, sendo que a chegada à equipa principal dos bracarenses também não o surpreendeu:

«Claro que houve uma conjugação de fatores, com o Artur Jorge a ter subido da equipa B e ele fez o trajeto com o treinador que o conhecia bem e isso ajudou bastante, com certeza, a que ele se integrasse melhor e até mesmo a ser aposta recorrente do técnico.»

Álvaro Djaló, 24 anos, teve um início de temporada fulgurante e para Gabriel Silva o interesse de grandes clubes em Djaló surgiu com a participação na Liga dos Campeões.

«O momento em que cai nos olhos de todo o mundo futebolístico é quando marca o golo ao Real Madrid, principalmente em Espanha, para onde vai agora. Fez muitos golos, seja de livre, na sequência de cantos, a partir de situações de um para um, ou seja, demonstra uma versatilidade que chama a atenção», explicou o técnico, que acredita que a mudança para o Athletic Bilbao foi ponderada:

«Três pontos importantes, do seu ponto vista, a questão financeira, a possibilidade de ser chamado à seleção espanhola e jogar numa liga mais competitiva que a portuguesa. Sendo que também vai poder conciliar as competições europeias, pois o Athletic Bilbao está em posição para isso.»

Ao ver crescer o talento de Djaló, Gabriel Silva destacou a forma como o avançado transportou o seu carácter para o campo.

«Tem uma personalidade forte, não tendo problemas em mostrar aquilo que o diferencia, pois procura sempre o drible ou a finta. Mesmo que as coisas não estejam a sair bem, vai sempre à procura dessa sua grande característica e isso é importante nestes jogadores que têm o poder de decidir jogos», sublinhou e sobre aquilo que projeta para a carreira do avançado acrescentou:

«Já está num nível muito alto, há sempre espaço para melhorias e para progredir na carreira. Até pela própria duração do contrato, ele percebe que pode ser aí que vai fazer grande parte do seu trajeto. Tendo passado por lá quando era jovem, acredito que teve isso em mente na hora da decisão.»