Roménia-Países Baixos: laranja mecânica defronta líderes surpresa
O onze dos Países Baixos frente à Áustria, que derrotaram os neerlandeses (Imago)

ANTEVISÃO Roménia-Países Baixos: laranja mecânica defronta líderes surpresa

INTERNACIONAL02.07.202408:00

Neerlandeses terminaram no terceiro lugar do grupo, mas são favoritos contra os romenos, que, contra todas as odds, venceram o grupo E e podem fazer história ao ganhar pela primeira vez um jogo na fase a eliminar

No último dia dos oitavos de final do Euro 2024, a Roménia e os Países Baixos defrontam-se na luta por uma vaga na fase seguinte, a partir das 17 horas.

O palco desta eliminatória é o Allianz Arena, estádio do Bayern, que tem capacidade para 66 mil pessoas, e o árbitro é Felix Zwayer, curiosamente, alemão.

Uma destas duas equipas vai jogar no dia 6 de julho com a Áustria ou a Turquia nos quartos de final, que se enfrentam três horas depois de si.

Relativamente ao confronto direto, os romenos só venceram por uma vez, com os neerlandeses a sorrirem por nove vezes, em 13 partidas disputadas, sendo que os últimos três encontros terminaram todos com goleadas... a mais recente sete anos atrás, em 2017.

Essa vitória histórica aconteceu em 2007 para a fase de qualificação do Euro 2008, em que a Roménia liderou o grupo G, com os Países Baixos a terminarem em segundo lugar. Os dois acabaram por ficar, novamente, no mesmo grupo da fase final, mas aí os neerlandeses foram superiores e passaram aos quartos de final, onde foram afastados pela Rússia, enquanto os romenos foram eliminados com dois empates e uma derrota (precisamente com o seu adversário desta terça-feira).

Roménia

Como foi dito anteriormente, os romenos terminaram no topo do grupo E, que foi histórico... algo que nunca tinha sido visto: todas as quatro equipas terminaram em igualdade pontual (quatro pontos cada), com os lugares a serem decididos pela diferença de golos.

A Roménia acabou por se superiorizar com um registo positivo de mais um golo marcado do que sofrido, o mesmo que a Bélgica em segundo lugar, mas por ter quatro golos marcados em vez de dois ficou à frente. A Eslováquia terminou em terceiro com uma diferença de golos nula, enquanto a Ucrânia foi eliminada com dois golos negativos.

Isso deveu-se principalmente à pesada derrota dos ucranianos logo na primeira jornada do grupo, por 3-0, precisamente aos pés dos romenos.

Na segunda partida acabaram por perder com os favoritos, os belgas (2-0), que entretanto foram afastados pela França, mas um empate a uma bola na última jornada com os eslovacos garantiu o apuramento para ambas as seleções, sendo que a Eslováquia acabou por ser eliminada nos oitavos de final num jogo épico com a Inglaterra (2-1), que foi ainda a prolongamento.

Esta é a segunda vez que a seleção, agora orientada por Iordanescu, se apura para a fase a eliminar, sendo que a primeira foi em 2000, onde Portugal venceu o grupo com Inglaterra e Alemanha, precisamente em território neerlandês. Na altura, perderam com a Itália, por 2-0, e têm agora outra tentativa para ganharem pela primeira vez um jogo na fase a eliminar. Nas outras quatros vezes ficaram sempre na fase de grupos (1984, 1996, 2008 e 2016).

Onze provável: Nita, Ratiu, Dragusin, Burca, Mogos, Marius Marin, Razvan Marin, Stanciu (C), Coman, Hagi e Dragus

Ausentes: Nicusor Bancu (cartões amarelos)

A figura: Nicolae Stanciu

Titular nos três encontros da fase de grupos (e praticamente totalista), o capitão da Roménia foi uma peça fundamental para este apuramento para a fase a eliminar e com a liderança do grupo. O médio fez, inclusive, o primeiro golo na vitória frente à Ucrânia, que vai certamente ser considerado como um dos melhores golos deste torneio.

O que disse Edward Iordanescu: «Nenhum jogo é fácil, especialmente se os quartos de final de um Europeu estiverem em disputa. Os Países Baixos são favoritos amanhã, têm jogadores incríveis, mas nós também temos pontos fortes. Se tens história pela frente… então estás pronto para dar tudo. Sabemos que temos de ser perfeitos para conseguir um resultado amanhã, chegar aos quartos de final seria fabuloso, é difícil descrever o que representaria. Estou mais animado do que nervoso.»

Países Baixos

Já os neerlandeses começaram muito bem esta fase final do Campeonato da Europa, com um triunfo frente à Polónia (2-1), e o empate a zero com a França até manteve tudo em discussão para a terceira e última jornada.

No entanto, uma derrota com a Áustria (2-3), atirou os Países Baixos do primeiro lugar para o terceiro e os austríacos no sentido inverso, graças a mais um empate dos franceses, desta vez a uma bola com os polacos.

Mesmo assim, essa derrota pode ter acabado por ser positiva para a seleção orientada por Koeman, porque caso tivessem terminado em segundo lugar iriam para o lado teoricamente mais complicado da fase a eliminar, onde jogariam com a Bélgica e onde podiam defrontar Portugal nos quartos e Espanha ou Alemanha nas meias-finais.

Deste lado, o adversário teoricamente mais forte é a Inglaterra, que só podem encontrar nas meias-finais, mas não se deve menosprezar aquilo que as restantes seleções têm feito, até porque podem encontrar novamente os austríacos na fase seguinte, caso se apurem.

Onze provável: Verbruggen, Dumfries, de Vrij, van Dijk (C), Aké, Reijnders, Schouten, Wijnaldum, Gakpo, Xavi Simons e Depay

Sem lesionados.

A figura: Xavi Simons

O jogador do PSG jogou, pelo menos, 55 minutos em cada partida da fase de grupos do Euro 2024 e apesar de só contar com uma assistência para golo, até agora, tem sido um constante perigo para os adversários. No empate a zero com a França chegou a colocar a bola no fundo das redes e a celebrar esse golo, que poderia ter sido o da vitória, mas a equipa de arbitragem acabou por o anular com intervenção do VAR, com alguma polémica.

Xavi Simons a celebrar o golo (anulado) à França na fase de grupos (Imago)

O que disse Ronald Koeman: «Eu não vou mudar o onze inicial muito do último jogo com a Áustria. Não devemos entrar em pânico apenas por causa de um jogo. Estamos juntos há muito tempo e faço escolhas com base no que tenho e no que vejo. Escolho a equipa mais forte, físico e mentalmente, e pela forma de jogar. Com um bom resultado, o mundo voltará a ficar diferente, para passar temos de fazer melhor.»