Rafael Pontelo, reforço 'low-cost' na fábrica dos milhões
Brasileiro preparado para ser (mais) um caso de sucesso. De Diomande a Matheus, passando por Catamo, muitos vingaram oriundos de escalões secundários. Comprar barato e vender caro
A lógica do mercado ano futebol (e em quase todas as outras áreas) é simples: comprar barato, rentabilizar e vender caro. Este o cenário ideal que obriga a um exaustivo trabalho de scout, de análise, cada vez mais pormenorizado (e mecanizado). O tempo, depois, determinará se a aposta foi certeira. Pois bem, foi precisamente nesta operação de raciocínio que o Sporting, de forma surpreendente até, contratou Rafael Pontelo. Perfeito desconhecido para o adepto mais atento, central de 20 anos, apenas 14 jogos como profissional, que vinha dando sinais prometedores no Leixões, da Liga 2.
O passado recente, nomeadamente a descoberta de Diomande – que na época passada por esta altura seguia o mesmo caminho que Pontelo mas ao serviço do Mafra – reforça aquela que é a mais recente aposta dos leões. Ainda que, convém lembrar, em moldes (e valores…) diferentes que o brasileiro. Porém, em apenas meia época, ninguém dúvida que o Sporting irá rentabilizar os €12 milhões que podem ser gastos no costa-marfinense.
Não sendo uma operação inédita, não deixa de ser rara: o Sporting contratar em Portugal num escalão inferior. Com objetivo claro numa integração imediata na equipa principal. Foi sob esta linha orientadora que os leões gastaram (apenas) 700 mil euros neste central. O risco esse, por norma, é mínimo. Mas os ganhos, em caso de sucesso, são enormes. E o Sporting tem exemplos positivos nos últimos anos de jogadores que chegaram a Alvalade com estatuto de escalões secundários e, uns anos mais tarde, até se sagraram campeões.
Um Jackpot de nome Matheus Nunes
E são alguns destes nomes que A BOLA passa agora a recordar. Neste milénio sete casos ainda vivos na memória. Cinco deles na era Rúben Amorim, os já conhecidos Rafael Pontelo e Diomande, além de André Paulo (somou dois jogos e ainda se sagrou campeão nacional), Matheus Nunes, um dos maiores jackpots do leão, pois chegou do Estoril (na altura na Liga 2), ainda andou pelos sub-23 dos leões, mas foi potenciado pelo técnico e saiu por... €45 milhões e um título nacional, até Geny Catamo, descoberto no Amora e que hoje é figura emergente nos leões.
Mas nem todos tiveram idêntica sorte. Onde se incluem nomes como Luíz Phellype, avançado brasileiro contratado ao Paços Ferreira (2018/2019), contratado em janeiro, e que nunca se afirmou, acabando, de resto, por rescindir há duas épocas, tendo custado... 500 mil euros. Antes deste, Diogo Salomão, hoje no Alverca aos 35 anos, que em 2010 saiu do Real para assinar por quatro anos com os leões. Contas feitas, 27 jogos. Saiu, após empréstimo ao Deportivo (Espanha), sem retorno financeiro.
Se recuarmos ainda mais, antes deste milénio, podemos encontrar outros casos de sucesso. Desde os guarda-redes Nélson e Tiago, dupla que deixou marca em Alvalade mesmo quando ambos arrumaram as chuteiras, fazendo parte de equipas técnicas. Mas também Ivo Damas, avançado contratado ao Paredes que somou apenas cinco jogos ou Vidigal, outra aposta certeira, também do Estoril, que se tornaria internacional, 139 jogos em Alvalade, que rendeu e que foi o primeiro a render milhões aos leões numa transferência para o poderoso Nápoles (Itália) em 2000/2001.