Pavlidis: alma da Grécia e profeta do golo

Compatriotas rendidos ao «herói» Pavlidis. Também muitos elogios em Inglaterra... e não só

Dizer que Vangelis Pavlidis dificilmente esquecerá a noite de quinta-feira, na qual marcou os dois golos da primeira vitória de sempre da Grécia sobre Inglaterra por 2-1, em jogo da Liga das Nações, é, seguramente, pouco. Não apenas por ter sido o avançado do Benfica o protagonista daquela que foi considerada, no país dele, a maior vitória depois da conquista do Euro 2004, em cuja final, lembramo-nos todos, os helénicos derrotaram Portugal; não apenas por ter sido em Wembley, templo do futebol mundial; não apenas por ter sido a melhor forma de homenagear George Baldock, lateral-direito do Panathinaikos, também internacional helénico, que morreu quarta-feira, vítima de afogamento na piscina de casa.

Foi, para Pavlidis, uma noite para recordar. E, talvez mais importante, só por razões que ele conhecerá. Talvez por isso algumas publicações gregas tenham recordado o percurso difícil até este momento de glória em Wembley.

O jornal Kathimerini, por exemplo, lembra um episódio da vida do avançado, no primeiro ano de escola, quando ele respondeu a uma professora que queria ser um futebolista e, por isso, não tinha lido o que lhe tinham pedido. Pavlidis, para a publicação Kathimerini, não foi profeta do golo na terra dele, teve de emigrar, como muitos compatriotas, para perseguir o sonho de ser futebolista, andou pela Alemanha e Países Baixos, chegou a Portugal. Até ser, agora, «a alma da Grécia e o profeta do golo».

Pavlidis foi capa dos jornais desportivos na Grécia, mas a mensagem dessas publicações foi sobretudo de homenagem a George Baldock. O avançado, após o jogo, também fez questão de dedicar-lhe o triunfo. «Espero que nos tenha visto lá de cima», desabafou.

Em Inglaterra, a imprensa dedicou-se a criticar, sem piedade, os jogadores e o selecionador interino Lee Carsley. Mas, no intervalo da chuva dos ataques ao treinador, houve muitos elogios ao avançado do Benfica. O Mirror sublinha que «nada impediu Pavlidis de celebrar a vitória com os jubilantes compatriotas» nas bancadas, o Daily Mail considera-o «herói», o The Sun fala de «delicioso bis» que ofereceu à Grécia «uma incrível vitória».

«O herói da histórica vitória da Grécia em Wembley viveu a noite que sonhou desde que tinha seis anos», lê-se no jornal helénico 'Kathimerini'

Noutra latitude, o New York Times elogia a «finalização cirúrgica» no primeiro golo e que os companheiros de Pavlidis «nem sabiam o que fazer quando viram a bola na baliza» depois do segundo golo.