Uma equipa que faz sonhar Van Basten, Gullit e Rijkaard
Cody Gakpo (IMAGO)
Foto: IMAGO

Roménia-Países Baixos, 0-3 Uma equipa que faz sonhar Van Basten, Gullit e Rijkaard

INTERNACIONAL02.07.202419:03

Neerlandeses foram muito superiores aos romenos e, apesar do 3-0, resultado até é magro; Países Baixos dignos de honrar a Holanda campeã da Europa de 1988

Marco van Basten, Ruud Gullit, Frank Rijkaard, muito provavelmente os nomes mais brilhantes da equipa de sonho de Rinus Michels, aguardam, desde 1988, que uma seleção lhes suceda, que o título conquistado à União Soviética — que ainda não se desmembrara — possa ser repetido.

Estrelas como Dennis Bergkamp, Van Persie, Seedorf, Davids, Van Nistelrooy ou Marc Overmars passaram, mas a Holanda nunca chegou ao segundo título europeu. Agora, há novas estrelas, talvez um bocadinho mais pequenas, até um nome diferente para o mesmo país, mas o futebol é o mesmo, atacante, apaixonante e contagiante, ao ponto de poder dignar-se a honrar os jogadores do maravilhoso Europeu de 88, vencendo o Euro 2024.

Os Países Baixos venceram, sem qualquer ponta de contestação a Roménia. Venceram bem, venceram fácil, venceram naturalmente. E estavam com pressa. Com pressa de confirmar o favoritismo e com pressa de marcar, pelo que Xavi Simons e Gakpo, duas das figuras do seu futebol ofensivo, rapidamente puseram o motor a funcionar, quer disparando, quer perfurando. Depay também procurava constantemente a baliza e foi com essa frente aberta para defender que a Roménia teve de lidar desde o primeiro instante.

Numa primeira fase, pareceu confortável, até respondeu à superioridade neerlandesa com disparo perigoso de Man aos 14’, mas ao minuto 20 chegaria o que estava anunciado: Gakpo fez movimento típico, da linha para dentro, contornou a marcação e disparou ao primeiro poste, surpreendendo Nita, que nunca poderia ter deixado a bola passar por ali.

A Roménia não reagiu bem. O 2-0 esteve sempre mais próximo do que o 1-1, antes do intervalo e depois do intervalo. E foi ali mesmo, no intervalo, que a Roménia acabou. A tendência da primeira parte, a superioridade neerlandesa, acentuou-se e a história dos segundos 45 minutos é a história dos golos de Malen, um deles verdadeira cortesia de Gakpo, e dos golos falhados por Depay, Simons, Veerman e companhia.

Terão estes Países Baixos a ousadia de honrar a Holanda de 1988 por causa do seu selecionador? Porque há esse detalhe: Ronald Koeman fazia parte da constelação de Rinus Michels em 1988.

A Roménia despede-se sem algo a lamentar. Nem roçou os quartos de final. Caiu bem.