Os destaques do Sporting: leão não perde o estilo mesmo vestindo de negro
Trincão esteve em grande plano com duas assistências na vitória em Moreira de Cónegos (HUGO DELGADO/LUSA)

Os destaques do Sporting: leão não perde o estilo mesmo vestindo de negro

NACIONAL19.02.202422:55

Equipa mudou de fato em Moreira de Cónegos mas não perdeu efeito festivo. A elegância de Trincão, a irreverência de Geny e Nuno Santos e o modelo mais clássico e trabalhador de Hjulmand

Melhor em campo: Trincão (7)

Sedutor. Vestir de preto significa que somos atraentes, confiantes, misteriosos e independentes. Ontem, na estreia de um leão com um novo fato, o esquerdino, que atravessa uma das melhores (senão a melhor…) fase desde que chegou a Alvalade, foi tudo isto e muito mais. Elegante na forma como tratou a bola nos lances de bola parada (foi ele que apontou o canto no golo de Morita), arrojado e explosivo na bomba que Kewin defendeu (11’ e 90+5’) e, por fim, meticuloso na forma como desenhou e assistiu Pedro Gonçalves para o segundo dos leões, Inegável: Trincão foi a quem assentou melhor esta nova indumentária leonina.

Adán (6)
Gelado. Numa noite fria diante de um adversário que nunca lhe aqueceu as mãos. A primeira saída (inofensiva…) só aos 37’ e aquilo que podemos chamar de defesa marcava o minuto 88’ num cruzamento/remate de Kodisang. Provavelmente terá tido mais trabalho no período de… aquecimento.

Eduardo Quaresma (6)
Embalado. Para um enorme final de época. A confiança com que aborda todos os lances (e adversários…) é tremenda. Seguro e consistente em termos defensivos e com pormenores de classe nas duas vezes (7’ e 54’) em que saiu… embalado, para driblar tudo e todos, a criar desequilíbrios como se de um ala se tratasse. Começa a ser uma imagem de marca deste jovem leão renascido.    

Coates (7)
Conhecedor. E identificado com tudo aquilo que a equipa pensa e faz… Seja nas movimentações ofensivas (excelente passe longo para Geny aos 6’) ou nas muitas coberturas a Gonçalo Inácio e Quaresma. O capitão, que não precisou de acelerar muito, sempre com timing acertado, apresentou-se ‘fresquinho’ após a gestão na Liga Europa, e esteve num nível positivo.

Gonçalo Inácio (6)
Cuidadoso. Nas marcações, quer a Madson ou Camacho, jogadores muito velozes e que dão enorme profundidade. Conseguir encurtar espaços na explosão destes e assinou uma exibição regular, marcada por um ou dois lapsos com passes mal medidos sem consequências e um susto (39’) quando saiu muito combalido após uma queda aparatosa.  

Geny Catamo (7)
Direto. A irreverência deste moçambicano, que não pede licença para furar e driblar adversários, contagia a equipa. E quando do outro lado há Nuno Santos, o leão ganha asas para voar muito alto. Esteve envolvido no desenho do golo de Pedro Gonçalves, rematou aos 12’ para defesa apertada de Kewin e aos 53’, em lance individual, tentou novamente a sorte mas por cima.  

Hjulmand (7)
Recuperador. Dá para desconfiar que tenha um íman em cada bota. Sempre no caminho da bola, num raio de ação largo, a sobre cada adversário de forma prudente para não criar desequilíbrios defensivos. Uma presença dominante num setor onde o leão assenta grande parte do seu jogo.  

Morita (6)
Energético. Oferece dinâmicas diferentes daquelas que Pedro Gonçalves por norma tem quando joga no miolo. Liberdade total para criar e uma inteligência determinante para bloquear e anular potenciais ameaças. Recuperou o estatuto de titular e justificou, com mais um golo, logo aos 3’, numa saída em falso de Kewin, após canto de Trincão. Muito ativo, com critério na condução e a espreitar entradas na área dos adversários.

Nuno Santos (7)
Defesa. Mas também ala, avançado, médio… Sempre no limite, com uma verticalidade que faz crescer a equipa em todos os momentos ofensivos. Mas atenção: está muito mais jogador nas ações defensivas. Uma boa leitura dos lances aliada a uma entrega e determinação que faz parte do seu ADN coloca o esquerdino como peça decisiva neste leão acutilante. 

Gyokeres (6)
Robusto. Mais do que o habitual. Foi obrigado a crescer e adaptar-se a um campo com dimensões mais reduzidas, menos largura para o sueco explorar, levando a estar sempre muito amarrado a Marcelo, central que passou com brilhantismo em duas ocasiões (32’ e 45’), mas que não se traduziram no que, por norma, acontece. Sim… Gyokeres não marcou e isso passou a ser notícia. Mas nem isso o deixou num nível a abaixo da equipa.  

Pedro Gonçalves (7)
Virtuoso. Na visão e na excelência com que consegue aparecer e decidir bem. Ontem, mesmo após um ou dois lances de bola parada sem direção, apareceu no momento certo para sentenciar a vitória num golo de régua e esquadro com três arquitetos: Geny, Trincão e Pedro Gonçalves. Correu, lutou (ainda enviou uma bola ao ferro aos 47’) e foi dos mais influentes.  

Suplentes

Matheus Reis (5)
Pacato. Poucos minutos, os suficientes para a equipa não perder o controlo do jogo e a boa dinâmica defensiva/ofensiva que vinha sendo dada por Nuno Santos. Cumpriu. Sem sobressaltos.

Marcus Edwards (-)
Escasso. No tempo de jogo. Pouco mais de cinco minutos quando tudo já estava mais que decidido.

Daniel Bragança (-)
Idêntico. A Edwards com quem entrou em campo. Apenas alguns segundos para dar meia dúzia de toques na bola, sem efeitos práticos.