Os destaques do FC Porto: Pepe deu o corpo e a alma e no fim só ficou a tristeza
Grande jogo do capitão portista, que parece um jovem a jogar futebol; Diogo Costa também em excelente nível, mas nos penáltis Arsenal foi implacável; saiu a fava a Wendell e Galeno...
MELHOR EM CAMPO A BOLA: PEPE (nota 8)
Que jogo monumental fez o capitão do FC Porto.Tem 41 anos? Pois tem, mas aos 111 minutos, quando já muitos se arrastavam em campo, celebrava mais um dos muitos cortes que fez numa batalha sem tréguas pela qualificação que merecia. Espetacular o desvio de cabeça quando tinha nas contas Havertz pronto para fazer o 1-0 (30). Foi apagando mais fogos à medida que os ingleses intensificaram as visitas à área portista. No lance do golo de Trossard... Bem, como parar aquilo? Impossível. No resto, foi ele quem manteve a equipa resistente nos momentos de maior pressão e a galvanizou sempre que chegava com perigo à baliza de Gaya.
7 DIOGO COSTA - Primeira intervenção, a dois tempos, a um remate de Saka. Até ao golo de Trossard esteve tranquilo na defesa do seu domínio, o belga foi simplesmente implacável na definição de um lance incrível saído da imaginação fértil de Odegaard. Saída corajosa a evitar o golo de Gabriel Jesus, depois de uma asneira de Otávio, e logo a seguir teve luvas de ferro para desviar o pontapé de Saka. Nos penáltis havia fé no seu talento, mas o Arsenal foi competente.
5 JOÃO MÁRIO - Muito bem na primeira meia hora, percebendo os espaços que devia ocupar. Raramente se deixou confundir com as trocas posicionais de Trossard e Havertz, porém, nem o mais avisado dos laterais podia antecipar aquela travessura de Odegaard que o cristalizou, a ele e toda a defesa. Saiu esgotado para entrar Jorge Sánchez.
7 OTÁVIO - Arriscou um pouco mais que o desejável, dando a Odegaard a possibilidade de um ataque prometedor que Pepe resolveu com a limpeza do costume. Mas esteve tranquilo e concentrado, até o desgaste se apoderar dele - aos 82’ ligou o ‘complicador’ e quase Gabriel Jesus fazia o 2-1. No prolongamento, combateu o fogo com baldes de água, mas foi de uma coragem notável e uma entrega excecional.
4 WENDELL - Resvalou para um plano inclinado num corte defeituoso que definiu o destino da 1.ª parte - a classe de Odegaard fez o resto, com Trossard a bater Diogo Costa. Na medida do possível, controlou bem os ímpetos de Saka, mas nunca pareceu estar confortável nos duelos com o internacional inglês - nenhum defesa do mundo se sentiria feliz, certo? Primeiro portista a falhar da marca dos 11 metros: Raya defendeu para o poste e a bola ainda lhe bateu nas costas...
6 NICO GONZÁLEZ - Jogo tremendamente exigente para o espanhol, na medida em que teve de calcular bem os passos de Odegaard sem perder Rice de vista. Na maioria das vezes a comunicação com Alan Varela resolveu os problemas, noutras o talento do ex-Real Madrid transbordou de tal forma que foi simplesmente impossível escalar tão alta montanha.
7 ALAN VARELA - Que batalha impiedosa para o argentino. A unidade de todos os equilíbrios e pronto-socorro do FC Porto deu tudo até rasgar. Literalmente. A coxa direita cedeu antes do prolongamento e saiu de maca.
6 FRANCISCO CONCEIÇÃO - Forçado, por circunstâncias estratégicas, a entrar em zonas interiores no apoio a Alan Varela e Nico, soltou-se mais no segundo tempo e aos 70’ escapou em velocidade para a área inglesa. O disparo saiu forte, a defesa de Raya foi também ela sólida.
5 PEPÊ - Trouxe os apoios que os dois médios de maior contenção pediam, o espaço para progredir em ação ofensiva é que não foi muito. O brasileiro foi claramente sinalizado por Arteta como elemento a travar, e nesse domínio, até sair, Jorginho fez um bom trabalho.
4 GALENO - Não houve remate com assinatura do herói da 1.ª mão, fortemente vigiado por White e sobretudo bem anulado pelas compensações feitas tanto por Rice de dentro para fora, como por Saka, no apoio defensivo. No quarto penálti do FC Porto... Raya defendeu com classe, atirando o Arsenal para os ‘quartos’.
4 EVANILSON - Protagonista do primeiro lance de verdadeiro perigo do jogo. Remate com pólvora q.b., mas Raya, muito bem, a afastar a ameaça de golo. Com menos espaço e também menos velocidade, saiu aos 86’ para entrar Taremi.
5 JORGE SÁNCHEZ - Segurou bem as pontas na defesa.
5 TAREMI - Surgiu no lado esquerdo da área inglesa, trabalhou a bola como se exigia mas o remate não saiu com precisão (101’).
5 GRUJIC - Frieza na marcação da grande penalidade.
5 EUSTÁQUIO - Competente no prolongamento.
4 GONÇALO BORGES - Mexido, mas não decisivo.