V. Guimarães-Sporting, 4-4 O «ódio» que sentiu em Guimarães e um Sporting «passivo» - tudo o que disse Rui Borges

NACIONAL03.01.202523:19

Rui Borges, treinador dos leões, comentou assim, em conferência de Imprensa, o empate com o V. Guimarães desta sexta-feira, na 17.ª jornada da Liga

Leia em baixo tudo o que disse o treinador do Sporting na conferência a seguir ao jogo de Guimarães.

- Como analisa este jogo?
- Foram 60 minutos bastante competentes, acima de tudo. Em alguns momentos com mais qualidade, noutros com menos, mais equilibrados em termos defensivos, mais pausados, mas 60 minutos muito bons e equilibrados. Depois, sim perdemos o equilíbrio e o controlo emocional, a partir do 3-2 perdemos ali durante 10, 15 minutos um bocadinho o controlo do jogo em termos emocionais, em termos físicos também senti a equipa muito reativa e pouco proativa, muito lenta nas abordagens, naquilo que é vascular, deixámos o Vitória acreditar, principalmente depois do 3-2, fomos baixando e baixando e acabámos por ser penalizados. Mérito também do adversário que acreditou. Mas a equipa foi bastante competente e com os erros eles vão aprender e espero que aprendam, porque nós, treinadores também temos de gerir nesse sentido. Chegamos ao fim e agora pensamos noutras coisas. Tudo isso faz parte do crescimento. Acima de tudo é fazer com que a equipa não desconfie. Mas estamos claramente tristes porque perdemos três pontos e uma equipa que está a ganhar 3-2 não pode deixar virar o jogo para 3-4. Mas não podemos desconfiar, nem nós, nem os adeptos, foi um jogo difícil, num campo difícil, é o processo. Eles estão ligados, concentrados, eles querem ser os melhores, vamos ser mais coesos e não ser tão passivos como em alguns momentos... aconteceu um pouco o que aconteceu com o Benfica na segunda parte, em que tentámos sair curto e não esticámos o jogo. O desempenho dos jogadores foi bom, está longe do que quero, mas eles deram tudo. Não éramos os melhores com o Benfica e não somos os piores agora.

- E o apoio dos adeptos?
- Os adeptos serão sempre importantes, para ajudar a equipa, ajudar a equipa não desconfie, que aconteceu hoje um bocadinho, serão muito importantes no nosso camino até ao fim, que acredito que será bom e feliz para nós, nesse sentido obrigado pelo apoio, um esforço para se deslocarem e fazem-se sentir e é muito importante esse carinho nos dois jogos em que aqui estou.

- O próximo jogo com o FC Porto, na Taça da Liga, é importante para dar uma resposta?
- O próximo é sempre importante para dar resposta forte, mas temos pouco tempo para trabalhar, é muito vídeo e diálogo, temos de trabalhar e treinar sobre as coisas, precisamos de tempo e não temos. Mas não estou chateado com os jogadores, estou muito feliz, mas quero que eles percebam que não podemos ser tão passivos e eles sabem, são inteligentes, acima da média e por isso é que jogam no Sporting. Agora é o FC Porto, outra competição, temos de estar preparados e não podemos desconfiar, isso é que não.

- Como se sentiu recebido neste regresso a Guimarães?
- Vou ser verdadeiro: foi um pouco estranho... não percebo... é para o lado que durmo melhor, também, mas não percebo o porquê da tristeza porque jamais disse ao presidente que queria sair do Vitória. Quando fui abordado disse que tinham de falar com o Vitória e a partir do momento aconteceu o que aconteceu. Tão simples quanto isso: eu nunca pedi para sair do Vitória; e o Rui Borges saiu do Vitória e deixou quatro milhões no clube, que era a cláusula, certo? Não percebo tanto ódio, mas é seguir a minha vida. Tenho um carinho enorme por toda a gente que trabalha no Vitória, um carinho enorme pelos adeptos do Vitória, mesmo aqueles que me trataram mal, por todos, não há problema nenhum, faz parte e fica na consciência de cada um; na minha, dei muito a ganhar ao Vitória - desportiva mente, financeiramentem tenho isso muito claro na minha cabeça. Fui muito feliz, agradeço muito ao Vitória, viu seguir o meu caminho, entendo, estou muito feliz no Sporting.

- A partir da saída Catamo a equipa decresceu, concorda?
- Não, sinceramente não. Até porque o Geny Catamo, como Quenda, dois extremos que individualmente são muito importantes para a agressividade ofensiva da equipa, desde o início do jogo que não estiveram assim tão ligados no processo ofensivo, nem defensivo. O Geny estava também a cair um pouco, não foi por aí que sofremos os golos ou que baixámos. Foi uma quebra coletiva, a equipa em si foi algo passiva, pouco intensa em comportamentos que queremos e que eles ainda estão a tentar compreender porque não temos tempo para treinar e por isso estou feliz com a resposta, o crescimento leva tempo e vamos ser melhores, vamos crescer.