50.º aniversário de Sérgio Conceição «O FC Porto já andava interessado nele há três ou quatro anos…»
Fernando Peres, antigo diretor da formação da Académica, recorda os primeiros pontapés na bola do craque formado na Briosa e que acabou por dar o salto para os dragões
O mítico Campo de Santa Cruz, em Coimbra, foi palco de vários momentos de magia de Sérgio Conceição. O jovem aspirante a craque começou cedo a destacar-se dos demais e daí até dar o salto para um clube de topo foi um ápice.
A BOLA falou com Fernando Peres, antigo diretor da formação da Académica, que não teve dúvidas em lembrar um jogador que tinha algo de diferente.
«O Sérgio era um miúdo. Andava a estudar e era um bom estudante. Foi levado para a Académica pela dra. Filomena Namora, que era sua professora. Eu fui dirigente dele na formação e depois também chefe do departamento de futebol juvenil da Académica. E desde muito cedo que se percebeu que o Sérgio Conceição era um jogador claramente acima da média e por isso acabou por ir naturalmente para o FC Porto. Aliás, recordo-me bem que o FC Porto já andava interessado nele há três ou quatro anos…», conta, antes de acrescentar que «sem desprimor para com os outros, ele era meia equipa».
E será que já nessa altura havia a sobejamente conhecida azia? «Já era como é agora. Extremamente irreverente, ainda que sempre bem-comportado, refira-se, e não gostava de perder nem a feijões. O chavão aplica-se na perfeição ao Sérgio. Era um miúdo muito bem-educado, mas dentro do campo era uma fera [risos]. Muitas vezes, em pleno Campeonato Nacional de Juvenis, ainda na Académica, eram 10 jogadores atrás da linha da bola e o Sérgio Conceição lá à frente. E chegava a resolver jogos quase do nada…», salienta o antigo dirigente, hoje já dentro do patamar dos octogenários, que termina com um elogio resumido, mas altamente profundo: «Mereceu sempre tudo o que conseguiu conquistar.»